O sábio e o tolo

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria…” Pv 1.7

O destino do homem está relacionado com suas atitudes de sabedoria ou insensatez.  A Bíblia está repleta de exemplos de homens que, por sua sabedoria, viveram intensamente e deixaram um legado para suas gerações, e  outros que sucumbiram em meio a suas tolices.

A. W. Tozer disse algo bem forte e  verdadeiro que me fez refletir profundamente: Jamais haverá um tolo no céu, bem como nunca, um sábio no inferno. Não podemos entender esse pensamento do Tozer se o separarmos do livre arbítrio dado por Deus ao homem. O livre arbítrio é direito  de escolha. Nesse ponto, Deus mostra uma faceta do seu caráter que é compartilhar com a sua criatura o que Ele mesmo é na sua essência, um Ser livre. Deus não tem ninguém acima dele que precise pedir permissão para fazer o que quer que seja. Ele faz o que quer, aonde quer, quando quer e da forma que quer,  nada pode limitar o seu poder de ação quando deseja agir. Deus foi muito generoso ao compartilhar essa dádiva valorosa com o homem, apesar de saber que uma boa parte deles não iria corresponder ao seu coração amoroso e  enveredaria por seus próprios caminhos, distantes da sua presença. Mas Ele preferiu pagar esse preço do que ter ao seu lado prisioneiros que, como fantoches, seriam obrigados a fazer a sua vontade, mas destituídos da leveza emotiva que somente as cordas do coração poderiam mantê-los prazerosamente junto de Si.

A liberdade de escolha é fator determinante que diferencia os sábios dos tolos porque toda escolha leva a uma consequência. O sábio vê além das escolhas, o que elas poderão produzir, o tolo ignora o resultado. Todos os homens são frutos de suas próprias escolhas, e  tornam-se prisioneiros dela. Em todas as áreas da vida e em todo momento  escolhas são feitas, elas pontilham toda a existência. . Alguém pode até induzi-lo a uma determinada decisão, mas a responsabilidade é individual, cada um é responsável por cada escolha que faz no decorrer da vida, e, dependendo delas, trilha-se diferentes caminhos, de sucesso ou fracasso. Há poder na escolha, mas não nas consequências dela advindas.

Cada um tem diante de si a maior e a mais importante escolha da sua vida. Escolha essa que determina onde ele passará a eternidade. O homem tem poder de escolher entre a vida e a morte, entre a sabedoria e a insensatez. Sábio é aquele que teme ao Senhor e tem a sua vida pautada em sua Palavra. É aquele que escolhe obedecer a Deus e tem consciência onde isso o levará.  É aquele que escolhe andar por fé, porque somente assim pode agradar a Deus e ter com Ele um relacionamento paternal que lhe dá direito a uma herança.  O sábio pesa todas as coisas,  vê além do que é visível aos olhos, vê com os olhos espirituais e é movido por essa realidade. O sábio escolhe o que é eterno e resiste a ofertas efêmeras. O sábio sabe para onde vai e como tudo terminará ao escolher a melhor parte.  Não, jamais haverá um tolo no céu.

Os tipos de solo

Jesus ensinou algumas verdades espirituais com a parábola do semeador.  Lc 8.5-15. Além do semeador, os elementos da parábola são a semente e os quatro tipos de solo: da beira do caminho, dos pedregais, dos espinhos e da boa terra.

Os discípulos não entenderam bem a parábola e pediram a Jesus uma melhor explicação. E Jesus começou dizendo que a semente é a Palavra de Deus que é semeada no coração. Dependendo da atitude do coração, a semente frutificará ou não. O primeiro coração é como um solo de beira do caminho, endurecido, a palavra semeada é roubada pelo inimigo antes que seja germinada. O segundo coração é semelhante a um solo pedregoso, com pouca terra, a palavra semeada germina rápido, mas, sem profundidade, não permanece. O terceiro coração é como um solo tomado por espinhos,  as preocupações com o mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra recebida que não frutifica. O quarto tipo de coração recebe a palavra de Deus,  a compreende  e frutifica como uma boa  terra.

A Palavra de Deus é uma fator determinante para que a fé brote no coração e a pessoa seja  salva, mas depende de cada coração que a recebe.  Jesus é a própria palavra de Deus. A Palavra é a verdade, é a vida. Não há frutos sem que a semente seja semeada por um semeador. Não há almas salvas se não houver um pregador que pregue a Palavra. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue”? Rm 10.14 . Diante da Palavra, cada um pode crer nela ou rejeitá-la. “Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia”. Jo 12.48

Cada um é responsável pela atitude do seu próprio coração.  O Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo de Deus, mas o  seu papel só é executado em parceria com a Palavra. O Espírito Santo não faz a obra sozinho. Assim, cabe a cada homem colocar o seu coração em uma atitude propícia para receber a Palavra de Deus, de forma que ela permaneça e venha a frutificar. Conforme 1 Tm 2.4, “Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”. Se a salvação é apenas uma atribuição de Deus, sem envolvimento da decisão humana, não teria nenhum sentido essa Palavra estar nas cartas de Paulo. Deus é Soberano, mas ao criar o homem Ele lhe deu o direito de escolha, e Deus não viola os seus princípios e o que Ele mesmo outorgou.  “E eu quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” Jo 12.32.  Os escolhidos de Deus são os que creem em Jesus. O homem natural está sob a legislação do seu país, ele escolhe obedecer as leis ou não e é consciente  das consequências da desobediência.

Podemos dizer, também, que a parábola mostra quatro tipos de pessoas quanto à forma de receberem a Palavra , indiferentes, emotivas, mundanas e frutíferas. Se porventura alguém tem um solo endurecido, de beira de caminho, precisa trabalhar no solo para que ele possa receber sementes que venham a germinar. Se a única opção é um solo pedregoso, é remover as pedras e acrescentar mais terra, se o solo está tomado de espinhos, deve-se cortar os espinhos e preparar a terra. Vai depender do valor que cada um dá ao fruto que a semente pode dar. Outras referências bíblicas,  Rm 1.16-17; 1 Co  15.1-2,11, Mt 7.24-29, enriquecem esses pensamentos e respaldam o valor da Palavra de Deus no processo da salvação e a responsabilidade do homem de abrigá-la para que ela seja frutífera na vida de cada um, levando-o ao conhecimento de Deus e à salvação eterna.

A Palavra revela a justiça de Deus, a Palavra de Deus traz vida e direção,  Palavra é o caminho, a verdade e a vida, a Palavra é Jesus. A Palavra de Deus é a semente e como o seu coração a tem recebido?

 

Os dois malfeitores

Jesus foi crucificado entre dois malfeitores.  Ele se fez maldito por todos os homens ao ser pendurado numa cruz. Apesar de Jesus ser o Filho de Deus, abriu mão de sua glória, habitou  entre os homens e a si mesmo se entregou  como um Cordeiro para ser sacrificado e, assim, poder reconciliar os homens com Deus.

Jesus  na cruz com dois ladrões, um a sua direita e outro à esquerda, dividiu a humanidade em dois grandes grupos. Um dos malfeitores zombou de Jesus: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também”. Semelhantemente a esse malfeitor, muitos se posicionam dessa mesma forma. Não pensem esses que alcançarão algum favor de Deus. O outro repreendeu o seu companheiro, dizendo:”Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”.

A  vida de Jesus é um grande exemplo para ser imitado. Além  de ser o maior Mestre de todos os tempos, cheio de sabedoria e unção, debruçar-se no seu ensino traz vida ao espírito, restauração para a alma e cura para o corpo.  Jesus viveu em todos os seus momentos para glorificar a Deus e até na sua  hora mais agonizante, Ele deixou um grande ensino. Ao responder ao malfeitor que creu que Ele era o Filho de Deus, Ele ensinou que a sua graça não depende de nenhuma obra humana. Aquele homem não tinha mais tempo para mostrar que poderia ser bom, frequentar uma igreja e muito menos se batizar, mas Jesus respondeu para Ele: “Hoje mesmo, estarás comigo no paraíso”. Que maravilhosa graça e que grande amor! Jesus não o condenou, mas o recebeu como Filho de Deus e co-herdeiro com Ele das bênçãos celestiais. Para o outro, Jesus se calou, Ele não pode fazer nada por ele porque não o reconheceu como o Filho de Deus e o Salvador do mundo.

Se atentarmos bem para o que aconteceu naquele momento, existe apenas uma coisa que fez a diferença entre os dois malfeitores, nenhum era melhor do que o outro. Talvez, o que foi para o paraíso pode ter cometido mais atos pecaminosos do que o outro. A fé, simplesmente a fé,  foi o fator decisivo que determinou aonde aqueles homens deveriam passar a eternidade. Não há outra forma de ser salvo se não for pela fé em Jesus. Lembrando que Jesus é a própria Palavra de Deus.  A graça de Deus estava disponível naquele momento, um, pela fé, a recebeu, o outro, pela incredulidade, a rejeitou. Abraão, o patriarca de Israel,  é citado na Bíblia como um grande homem de fé, teve seus momentos de fraqueza, mas o que o diferenciou dos outros homens da sua época foi a sua fé. “Abraão creu, e isso lhe foi imputado por justiça”. Desde o princípio, os homens que andaram com Deus, não foram justificados por suas obras de bondade, eles foram justificados pela fé. A fé aciona a graça de Deus. A graça de Deus é como um presente ou uma oferta de perdão que você pode aceitar ou rejeitar. Todos os homens pecaram, todos foram declarados culpados e condenados à morte eterna. Mas a todos foi oferecido o perdão dos pecados, através do sacrifício de Jesus na cruz. Quem crer nessa verdade e receber de graça o perdão, será salvo. O malfeitor creu e foi justificado. Jesus não esperou que ele mostrasse um  procedimento de homem justo, não houve tempo para isso. A salvação é instantânea, o espírito é vivificado quando o Espírito de Deus toca o espírito morto do homem, fazendo-lhe um novo homem. Se aquele malfeitor tivesse sobrevivido, ele, com certeza, não seria mais um malfeitor, mas  um homem justificado que experimentou a vida nova em Cristo. As boas obras e um novo proceder é consequência da salvação, não um meio.

Independente de classe social, raça, cor ou religião, cada um faz parte de um dos dois grupos representados por cada um dos malfeitores da cruz.  Do grupo que crê em Jesus e é justificado pela fé, ou do grupo que se apega a dogmas religiosos ou qualquer outro meio para a salvação, mas não crê que Jesus é o único caminho que pode levá-lo a Deus,  esse nunca será justificado e permanecerá sob condenação eterna.

Todos podem receber de graça a salvação, hoje mesmo. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” Efésios 2:8

Lc 23.39-43, Rm 4.3, Jo 1.12, Jo 14.6; Jo 3.18, Ef 2.8

 

As três dimensões do amor

“Amarás ao Senhor teu Deus  de todo o teu coração, e de toda a tua alma , e de toda as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu  próximo como a ti mesmo”.

Através da Palavra de Deus, sabemos que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou Jesus para morrer por todos os homens. O amor de Deus é incondicional, e todos são alvo desse amor.  Ele envia o seu sol e a chuva para todos, justos e injustos. Somente esse Deus, o Criador e Sustentador de todas as coisas, deveria ser amado por todas as suas criaturas porque o amor a Ele deve estar acima de qualquer coisa, e  Ele é a fonte  do verdadeiro amor.

Jesus dá dois mandamentos para direcionar o amor humano que assume  três dimensões, e nelas o homem encontra a plenitude  interior e o seu fruto é a paz e a alegria. 1. Amar a Deus – Vem em primeiro lugar, e desse mandamento dependem todos os outros. Não há amor a si mesmo ou ao próximo quando não se aprende a amar a Deus em primeiro lugar e de todo o coração,  porque Ele é a fonte inesgotável do amor. Deus é amor. Deus é um Pai bondoso que ama os seus filhos, que cuida, que doa. Amar é a arte de se doar, e Deus fez isso por todos, Ele não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por homens pecadores. Em Deus está toda a perfeição, seu amor é perfeito. Nele o homem é amado, e quando o homem  aprende a amar a Deus,  ele pode 2. Amar a si mesmo – não há amor próprio se não  houver abertura para o amor de Deus. Não há água se a fonte está obstruída.  Não existe amor a si mesmo se não buscá-lo em Deus. Existem muitos que não conseguem provar do amor de Deus por suas frustrantes vivências  pessoais,  desde a concepção até a idade adulta. Os pais, que deveriam referenciar o amor de Deus, falham, muitas vezes com violência e palavras de maldição, imprimindo na vida dos filhos uma visão distorcida de Deus, e esses filhos não conseguem ver em Deus um Pai amoroso, amá-lo e desfrutar do seu amor.  São situações que criam barreiras em seus corações que se fecham para o amor próprio,  duvidando de si mesmos, com perda da própria identidade, levando-os a uma busca constante de amor em fontes inadequadas, mas não há como o homem encontrar o seu próprio valor senão em Deus.  Todos vieram de Deus, e nEle é que está todo o conhecimento dEle e de si mesmos. Fora de Deus não há nenhuma satisfação, não há alegria nem amor. A próxima dimensão depende das duas primeiras. 3. Amar o próximo – e acrescenta, como a si mesmo. Como amar o outro se não se consegue amar a si mesmo? Não há muito o que falar neste ponto porque, na verdade, é consequência natural dos dois primeiros. Neste ponto explica-se porque tanta crise nas relações humanas, porque tanto egoísmo e tanta maldade nos corações. E tudo se resume na falta de amor a Deus.  “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão”.

Jesus disse aos seus discípulos que desses mandamentos dependem toda a lei e  os profetas.  Há muita coerência nessa Palavra. O amor a Deus, em primeiro lugar, é uma atitude de sabedoria que desvia o homem do caminho da maldade. Mantém o espírito humano saudável,  alinhado com a Palavra de Deus e com o Espírito Santo. Amar a Deus traz  plenitude na alma.  E a saúde do espírito e da alma reflete no corpo e  nas relações inter pessoais. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Lc 10.27;  1 Jo 4.20-21;  Mt.22.40;  1 Co 13.13

As noivas e o azeite

Mateus narra a parábola das dez virgens ou noivas. Cinco delas eram prudentes e cinco insensatas. Havia muitos pontos em comum entre elas. Mas apenas uma coisa as diferenciava.

Tanto as virgens prudentes como as insensatas esperavam o noivo, todas tinham uma candeia, todas foram tomadas de cansaço e sono, todas adormeceram.  Apenas o azeite diferenciava as noivas prudentes das tolas. As virgens prudentes, além de terem suas lamparinas com azeite, elas levavam mais azeite consigo. No meio da noite, quando os noivos comumente apareciam para buscarem as suas noivas, elas não poderiam correr o risco de ficarem sem azeite. A viagem seria longa, pelos desertos e montanhas, e seria um horror ficarem desprovidas de iluminação.

À meia-noite, alguém gritou: O noivo está próximo, saiam ao seu encontro. As virgens despertaram e cada uma pegou a sua candeia  e foram prepará-las para serem  usadas. Candeia  ou lamparina precisa de azeite para se manter acesa. Candeia sem azeite não serve para nada e sua luz não brilhará.  “As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo”. Que tristeza! Uma candeia com tão pouco óleo, prestes a se apagar. As noivas insensatas eram bem folgadas, como aqueles que andam despreocupadamente, sempre dependentes dos outros  em tudo que fazem. Elas pediram um pouco do azeite das prudentes que lhe responderam que se dessem do seu azeite iria faltar para elas. Existem coisas que são intransferíveis  e cada um tem que buscá-las.  As noivas insensatas foram comprar azeite, nesse intervalo, o noivo chegou,  as noivas prudentes entraram com o noivo para o banquete nupcial,  e a porta foi fechada. Bateram na porta, mas ouviram apenas uma voz: Não as conheço. Que tristeza! Existem coisas na vida que são irreversíveis.  Pequenos descuidos podem levar a um desespero eterno.

Os ensinos de Jesus sempre tinham  como pano de fundo,  a cultura judaica,  porque ele era judeu e ensinava para os judeus. Essa parábola refere-se à Igreja, e Jesus, usando a figura de um casamento judaico,  trata da sua volta quando, como noivo,  arrebatará a sua noiva. O noivo judeu, depois do contrato de noivado assinado, prometia que iria preparar  morada  para a sua noiva e voltaria para buscá-la. Essa volta, sempre era de surpresa, sem marcar hora e dia.  Jesus disse  aos seus discípulos , antes da sua morte,  que iria preparar lugar, que na casa do seu Pai tinha muitas moradas  e voltaria para buscá-los. Jo 14.1-2

Por que o azeite fez tanta diferença entre as noivas? O que Jesus quis ensinar com essa parábola? Todas as noivas tinham certeza que o noivo voltaria, todas tinham suas candeias. Mas nem todas tinham azeite suficiente para manterem suas lâmpadas acesas. O azeite fala de unção. A unção da igreja é a presença do Espírito Santo. Todos aqueles que creem em Jesus como seu Salvador têm o Espírito Santo. Mas o Espírito Santo é uma pessoa, precisamos nos relacionar com ele, e quanto mais essa relação é cultivada, mais o azeite  é aumentado. Como pessoa,  o Espírito Santo pode ser entristecido e até o relacionamento com ele pode ser apagado. O Ap Paulo escreveu aos efésios que não devemos entristecer o Espírito Santo e aos  tessalonicenses que não devemos apagá-lo ou extingui-lo. Uma vida de constante desobediência à Palavra de Deus, sem arrependimento, leva à dureza de coração, à frieza espiritual, desprovida da comunhão com o Espírito e da alegria da salvação. Uma pessoa que já experimentou da graça de Deus, que provou do dom celestial e participou da comunhão do Espírito Santo e voluntariamente se afasta dele, está se assemelhando à noiva insensata. O noivo chegará para buscá-la, mas  não tem azeite, não será arrebatada, não será livre da tribulação que abrangerá o mundo inteiro. Muitos defendem que a Igreja passará pela Grande Tribulação. Sim, a Igreja  casada com o mundo, a noiva insensata que negocia a sua unção.

A noiva prudente tem como seu maior tesouro a comunhão com o Espírito Santo. Ela se entristece quando o entristece e não tem paz enquanto não restaura a intimidade com Ele.

Mateus 25.1-13; Jo 14.1-3;  Ef 4.30; 1 Ts 5.19

 

Quando as máscaras caem

Neste tempo de pandemia, o mundo foi tomado por pessoas mascaradas. São máscaras de todo o tipo e para todos os gostos que encobrem a metade do rosto,  sem que a pessoa possa ser conhecida por outro,  quando ainda não é conhecida sem máscara.  Mas não é dessas máscaras que queremos falar aqui.  Existem muitas máscaras invisíveis que  as pessoas usam para disfarçar o que elas são verdadeiramente.  Para muitos, a vida é apenas um teatro, vivem eternamente em um palco e, como bons atores, precisam sempre representar.

Todos usam algum tipo de máscaras ou já usaram alguma vez na vida. São máscaras usadas na Igreja, na política, no trabalho, em todo o lugar.  Nem sempre,  o comportamento ou a  aparência  está alinhada com o  coração. Não quer dizer que a pessoa não seja sincera, mas porque até o coração é enganoso. Às vezes, alguém que aparentava alegria ou felicidade comete suicídio, o seu coração estava dilacerado, mas se escondia  por trás de uma máscara, talvez de orgulho, para não mostrar a sua fragilidade .As máscaras enganam.  Até o profeta Samuel se enganou com o  primogênito de Jessé quando foi comissionado por Deus para ungir um dos seus filhos. Eliabe tinha uma boa aparência. Samuel pensou: Certamente, será este. Mas Deus respondeu que Ele não via como  homem que vê apenas o exterior, mas Ele via o coração. Davi não foi convidado para a refeição com o profeta, na qual todos os filhos de Jessé deveriam estar presente. Pela aparência e idade, seu  próprio pai pensava que Davi jamais poderia ser escolhido como  rei de Israel. Sete filhos dos filhos de Jessé passaram diante de Josué, mas todos foram rejeitados por Deus. Você só tem esses filhos, Jessé? Perguntou Samuel. Assim, Davi que cuidava das ovelhas foi chamado, ele era o escolhido de Deus para surpresa de todos.  O homem nunca poderá conhecer uma pessoa em sua essência porque ele vê apenas o que está diante dos olhos e é incapaz de ver o interior.  No coração é que está o que uma pessoa é em sua verdade. Por isso, o homem é incapaz de julgar adequadamente  o outro, sem conhecimento de fatos ou de motivações. Judas é  um grande exemplo de que viveu todo o tempo com Jesus e os discípulos com uma máscara. Jesus nunca foi enganado por Judas, mas, ainda que o conhecendo muito bem, Jesus dispensou a ele  toda atenção e amor que tinha com os outros. Jesus lavou os pés do traidor. Apesar de toda a bondade de Jesus, Judas recusou-se a se arrepender e a retirar a máscara e,  por isso, teve um fim trágico. Os que persistem com suas máscaras de traição nunca terão um final feliz porque no coração endurecido não há lugar para o arrependimento.

Ainda que se viva  por trás de máscaras, Deus nunca será enganado, ele vê a realidade de cada um. Nos Salmos, 139, Deus revela a sua onisciência, não há limites no seu conhecimento. Desde a concepção, Ele vê  as suas criaturas em todas as etapas de sua formação ainda no ventre materno.  Por que não dizer que Deus já  conhece a cada um antes mesmo de ser gerado,  já que Ele é eterno?  A Bíblia diz que chegará o dia que Deus  dia julgará a todos, grandes e pequenos, que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida. Naquele dia, todas as obras e intenções do coração dos homens serão conhecidas. “Nada há encoberto que não venha a ser revelado”. O justo juiz dará a sentença final a cada um que se escondeu por trás de máscaras, que aos olhos dos homens poderiam até ser considerados justos, mas diante de Deus eram reprováveis.

Temos duas opções: Retirar hoje a nossa máscara diante de Deus, confessando-lhe com arrependimento tudo que  está escondido no coração ou esperar que ela mesma caia no juízo final e se receba a condenação eterna.

Deus não retira máscaras de ninguém, a não ser para juízo. Não esperemos que as máscaras caiam por si só!

 

O cordão vermelho

A Bíblia narra uma história inusitada que podemos tirar muitas lições, mas a mais significativa é sobre a graça de Deus. A graça de Deus permeia todo o Antigo Testamento, ao contrário do que muitos falam  que a graça é coisa somente do Novo Testamento e todo o período anterior pode ser descartado.

Raabe era uma prostituta que morava em Jericó, na época em  que Josué entrou em Canaã para conquistar a terra. Jericó seria a primeira cidade a ser conquistada. Josué, como um bom estrategista, enviou dois homens à cidade para espiá-la e verificar como estava o ânimo do povo.  Os dois homens entraram na casa de Raabe e, através dela, ficaram sabendo que os seus conterrâneos estavam amedrontados com tudo que ouviram sobre o povo de Israel, da travessia do Mar Vermelho e da vitória sobre os reis dos amorreus.  A notícia dos dois estrangeiros  que entraram na casa de Raabe chegou aos ouvidos do rei de Jericó,  isso não lhe agradou  e enviou homens com instruções para Raabe sobre os espias.  Raabe, sabendo da astúcia do rei e  do seu povo, escondeu os espias no telhado. Quando os emissários do rei chegaram, Raabe falou que os homens já tinham ido embora, mas eles deveriam correr atrás deles, de repente, poderiam alcançá-los.  Depois que os homens saíram, ela foi até os espias e contou o que ela disse aos servos do rei que os procuravam. Os espias  deveriam ir embora, Raabe os instruiu  a tomarem o caminho das montanhas e a se esconderem por três dias até os seus perseguidores retornarem. A casa de Raabe ficava sobre o muro da cidade e ela ajudou os espias a descerem por uma corda.

Raabe gostaria de ser recompensada pelo bem que fez aos espias e cobrou isso deles, não dinheiro ou qualquer recompensa material, mas algo muito mais profundo e valioso que envolvia fé, aliança e vida. Ela creu que  Deus, o Criador de todas as coisas estava com o povo de Israel que conquistaria a sua terra. Os espias e Raabe fizeram uma aliança condicional que traria vida, se Raabe fizesse a sua parte. A aliança que deveria ser cumprida por Raabe era colocar em sua janela um cordão vermelho e não sair de casa com seus familiares. Os guerreiros,  ao adentrar  a cidade e verem o cordão vermelho, não  matariam quem estivesse naquela casa.

Raabe era uma gentia e prostituta. Segundo as leis de Israel, ela deveria morrer por seus próprios pecados,  e juntamente com o seu povo que não foi poupado da morte por suas iniquidades. Mas a graça de Deus a alcançou por meio da fé. Raabe creu no Deus de Israel, e isso foi suficiente para livrá-la da condenação. Não precisou ela cumprir qualquer ritual, mas a fé a livrou. A fé também exige algo prático. Ela creu e porque creu, escondeu os espias. Se há fé na Palavra de Deus, essa fé leva à obediência.  A graça de Deus se  manifestou no tempo da lei com Raabe, com Rute, a moabita e com muitos outros exemplos. E a fé sempre foi o meio de acesso à graça de Deus. Abraão foi justificado pela fé.  Em Hebreus, capítulo 11, podemos encontrar exemplos de fé do Antigo Testamento e Raabe está lá.

O cordão vermelho, que deveria ser colocado na janela da casa de Raabe, aponta para o sangue de Jesus, o Cordeiro que deveria ser morto, uma vez por todas, para livrar os que creem da condenação eterna. A graça de Deus está disponível, pode-se ter acesso a ela através da fé em Jesus.  O sangue de Jesus, é o sangue da nova aliança.

A Páscoa

Nestes dias, o mundo judaico-cristão comemora a Páscoa do Senhor. Páscoa, da palavra hebraica Pesah, significa passagem. Deus, para retirar o seu povo do cativeiro, enviou a décima e última praga sobre o Egito. O anjo da morte deveria passar à meia noite sobre todas as casas para matar os primogênitos. Para poupar os filhos mais velhos dos hebreus, Deus disse para eles aspergirem os umbrais de suas portas com o sangue de um  cordeiro,  que deveria ser morto em cada família.  O anjo, ao  ver o sangue,  passaria por aquela casa sem fazer dano algum. Assim, o povo de Deus seria poupado da mortandade que assolou todas as famílias egípcias.

Depois da saída do povo do Egito, por ordem do Senhor,  a festa judaica da Páscoa continuou a ser celebrada  todos os anos pelos judeus, através  de suas gerações.  Os judeus sempre viveram à espera do Messias que lhes foi prometido desde tempos remotos. A Páscoa apontava para o Cordeiro que deveria ser morto para que os homens pudessem ter a vida eterna. Jesus veio e viveu entre os judeus, pregando sobre o Reino dos céus e anunciando as boas novas da salvação.  João Batista, o precursor de Jesus, falava ele: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Os seus irmãos não lhe deram crédito e,  por incredulidade e inveja, o entregaram para ser crucificado.  Jesus foi morto exatamente quando os judeus comemoravam a Páscoa, no dia da preparação, em uma sexta-feira, quando eles sacrificavam também  os  seus cordeiros. Os judeus não perceberam que naquele dia, as Escrituras se cumpriam, o Cordeiro de Deus estava sendo entregue para que os homens não fossem condenados.”Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho para que todo aquele que crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A Páscoa que começou no Egito foi um meio para que os filhos mais velhos fossem livres da morte. O cordeiro morreu no lugar de cada um.  Jesus, o Cordeiro de Deus, morreu no lugar  de todos os homens para que seus pecados fossem perdoados  e tivessem livre acesso ao Pai.  Deus  é Santo em todos os caminhos, Ele  abomina o pecado, mas perdoa o homem pecador que se arrepende. Da mesma forma que os hebreus precisavam crer para aspergirem o sangue do cordeiro pascal nas vergas e umbrais de suas casas, a salvação eterna é apenas para os que creem, esses têm os seus pecados perdoados e são justificados pelo sangue de Jesus.

Hoje, a situação do mundo assemelha-se muito a do Egito,  em cada nação o anjo da morte tem passado. Mas o sangue  do Cordeiro de Deus continua em atividade, podendo livrar da morte os que creem, não apenas da morte eterna, mas também da morte física.

Páscoa é vida, é perdão, é comunhão  com Deus, é cura. Páscoa é  liberar perdão ao próximo, é comunhão uns com os outros, é cura nos relacionamentos, é desfrutar da paz e da alegria da  salvação que somente Jesus pode dar. Páscoa é a manifestação da graça e do amor de Deus!

A hora das trevas

O mundo sempre experimentará momentos de trevas. Foi assim desde o princípio. Não por  escolha divina, mas pela maldade dos corações humanos.

A Bíblia é clara a Terra foi dada aos filhos dos homens. No Éden, o homem, ao ouvir a voz do inimigo e duvidar das recomendações de Deus, seu amigo, que diariamente encontrava-se com ele, pagou um alto preço que se perpetuou por todas as gerações: Ficar longe de Deus e ter que conviver com o seu inimigo em sua própria casa, a Terra,  por tê-la arrendado a satanás. Satanás é o mais astuto de todos os seres  e  sempre teve a sua maior e melhor arma, o engano. Hoje, ele continua usando as mesmas táticas mentirosas e arrebanhando multidões  para o seu reino.  Até Jesus sofreu as afrontas  das trevas. Ele não se rebelou no momento em que o prenderam, como Pedro sugeriu ao cortar com uma espada a orelha de um servo do sumo sacerdote, mas  Jesus, naquela hora sombria,  disse para os seus algozes: “Esta é a hora de vocês – quando as trevas reinam”. Lc 22.53b (NVI)

O homem tem domínio  sobre a Terra, isso  está em vigor. Deus ainda não revogou esse princípio. Homens maus, sedentos de poder e servos das trevas, têm se levantado em todas as nações, ignoram o Criador, trazem danos a outros homens e à criação de Deus. Apesar de Deus ter dado ao homem o governo da Terra, algumas vezes Ele intervém com a sua Soberania e Poder, mas, quando isso acontece, é  para trazer juízo, como em Sodoma e Gomorra e no dilúvio de Noé.

O que o homem pode fazer para reverter as situações caóticas que ele mesmo tem estabelecido? Retirar o domínio que lhe foi dado da mão de satanás e submetê-lo à Deus. Para isso, o homem precisa reconhecer o seu pecado, arrepender-se e se submeter à vontade de Deus. Assim, nasce o poder da oração. As trevas têm a sua hora e o seu poder, mas não são duradouras quando homens e mulheres intercessores reconhecem a soberania de Deus  e, pela fé, repreendem a sua ação e elas são dissipadas.

Jesus reconheceu a hora das trevas, na hora em  que ele foi preso e humilhado, sem nenhuma culpa, Ele se submeteu as suas afrontas. Mais adiante, a Palavra de Deus diz que houve literalmente três horas de trevas, do meio-dia até à hora que Jesus expirou, às quinze horas. O inferno fez festa, cantou vitória, mas durou pouco. Jesus, aquele que penduraram  na cruz, adentrou as portas do inferno e tomou as as chaves da morte e do inferno da mão de satanás. Jesus derrotou a morte e ressuscitou, Ele está vivo, Jesus foi recebido no céu com grande júbilo e tornou-se o intercessor entre Deus e os homens que creem.

Estamos atravessando uma hora de trevas, vai ser longa ou curta, dependendo das intercessões que chegam aos céus e liberam o agir de Deus na terra.  As trevas sempre passam,  na presença da luz elas não prevalecerão sobre o reino de Deus.

Simplesmente Mulher

A Bíblia diz que Deus criou o homem e depois a mulher. Cada um com suas características próprias e individuais. Deus criou Adão como um ser completo e Eva também. Completos em suas individualidades, Deus os uniu, e a junção dos dois os levou à harmonia e ao prazer da companhia um do outro, com o bônus de gerarem outros seres semelhantes a eles mesmos. Eva é vida,  mulher que dá vida. Mulher que gera, mulher mãe!

Mulher, simplesmente mulher! Mulher  é coração, mulher que acalenta, que ama, que sofre, que ri e chora em um um só momento.  Mulher da qual dizem  que é frágil, mas se agiganta diante das adversidades da vida. Mulher que tem poder de construir a sua casa com sabedoria, levar seus filhos a Deus e  forjar neles um bom  caráter.

Mulher, simplesmente mulher!  Mulher adoradora, mulher que conhece o seu Deus e o seu prazer está nEle.  Mulher que não precisa de subterfúgios para encontrar a alegria porque faz do seu coração  morada do Espírito Santo, a fonte de toda a plenitude. Mulher que pode declarar como Maria: A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.

Mulher que respeita e se dá ao respeito, que não é influenciada pelos ditames  do mundo, mas influencia onde está plantada, mulher livre, que salga, que brilha com a  luz de Jesus.  Mulher  consciente da sua identidade, que sabe quem é, de onde veio, o que faz neste mundo e para onde está indo. Mulher que não se intimida diante da afronta do inimigo, mulher guerreira e vencedora. Mulher quebrantada na presença de Deus e submissa a Ele.

Mulher única. Mulher  completa. Mulher, simplesmente mulher!