É possível servir a dois senhores?

Sabemos que as trevas têm assolado o mundo e penetrado no coração dos homens. Há uma batalha infindável, entre o reino das trevas e o reino da luz, disputando a vida de cada ser humano deste planeta. O objetivo é único: arregimentar vidas para a eternidade, para a morte ou para a vida, para condenação ou salvação
Há aqueles que deliberadamente servem ao príncipe das trevas, e outros que se posicionam determinantemente sob o domínio do Rei da Glória. Esses são reféns de suas escolhas e estão sob o senhorio do senhor que escolheram para servir. Infelizmente, há os que que têm o coração dividido, ora servem a Deus ora a satanás, estão em cima do muro, dizem pertencer a Deus, mas não abrem mão das coisas disponíveis e reprováveis das trevas.

As sutilezas do mundo espiritual são mais sérias do que se pensa. Nada sai barato quando alguém diz que quer Deus, e até se posiciona no seu reino, mas, de vez em quando, dá uma saidinha para passear no outro reino. O seu senhor costuma fazer prisioneiros de todos que passam por lá, pelo reino das trevas.  Se temos clareza sobre Deus e o significado do seu Reino, precisamos aprender a renunciar tudo o que está fora dele, a aprender a negar o próprio eu, a tomar a própria cruz e não ter nem a própria vida por preciosa. Precisamos aceitar incondicionalmente os valores do Reino de Deus que estão em sua Palavra, sem qualquer dúvida ou contestação. Tudo tem seu preço, servir a satanás tem um preço, servir a Deus também tem seu preço, mas as nossas escolhas revelam o nosso nível de sabedoria, o que verdadeiramente somos e, o mais importante, determinarão o lugar que estaremos no futuro.

O caminho da luz é estreito, espinhoso, não é nada atraente, mas ele conduz aos mistérios de Deus e a uma vida eterna plena da sua presença e de toda glória que se possa imaginar. Tem um final sem qualquer vestígio de dor, tristeza ou sofrimento, mas de gozo em sua total plenitude.
O caminho das trevas pode ser atrativo, de desejos satisfeitos de imediato, de prazeres carnais ilusórios, de fama, de poder, de fascinação, mas o final dele é morte, dor, tristeza e desespero.

O caminho largo é repleto de sutilezas e iscas para atrair e enganar os desavisados e, até mesmo, os andantes do caminho da luz, e muitos são atraídos e tragados pelo seus jogos e brinquedos. Ilusoriamente, muitos imaginam poder usufruir dos dois reinos ao mesmo tempo ou poder estar sob o domínio dos dois senhores. Deseja-se o final do caminho estreito, mas não se despensa os prazeres momentâneos do caminho largo. Jesus disse que não se pode servir a dois senhores, não se pode amar a Deus e ao diabo, não tem como fazer a vontade de Deus e do príncipe das trevas ao mesmo tempo. Se alguém ama a um, é obrigado a odiar o outro. Se servir a um, obviamente, não serve ao outro. Não se pode continuar no caminho largo e fugir do seu final que é a ira vindoura.
Hoje, a oportunidade está, mais uma vez, lançada diante de todos: Escolha a quem servir. Se você acha que Deus é Deus, deve servi-lo sem reservas  e somente a Ele! Se alguém quer servir ao príncipe das trevas, é livre para fazê-lo. Eu escolho o Reino da Luz, escolho Deus, eu e a minha casa!

O frasco de alabastro

Certa vez, Jesus, em um jantar com seus amigos e discípulos, surpreendeu-se com uma situação inusitada: uma das mulheres, Maria, que fazia parte do grupo, foi em sua direção e, sem que ele esperasse, derramou o conteúdo de um frasco de alabastro, um perfume caríssimo, sobre a sua cabeça que escorreu por seu corpo, alcançando os seus pés, os quais ela enxugava com os seus cabelos.

Qual a reação de Jesus diante desse quadro? Muitos, ao lerem essa passagem, estranham o comportamento de Jesus em não ter repreendido a essa mulher e aceitar passivamente a sua atitude. Esse também foi o pensamento de alguns dos discípulos, e um deles não se conteve e expressou publicamente o que estava no seu íntimo: Por que tanto desperdício? Um perfume de um valor tão alto, não seria melhor vendê-lo e dar aos pobres? Quanta economia e cuidado com o bem alheio! Quanta generosidade para com o pobres! Será que ele realmente tinha esses sentimentos? Parece louvável, mas não era autêntico. A Bíblia diz que Judas era ladrão,  o que ele gostaria mesmo era que aquele valor estivesse sob a sua guarda, já que era responsável pelas finanças, “ele tinha a bolsa”. É comum isso se repetir nos dias atuais.  Não faltam os preocupados com os dízimos e ofertas entregues pelos fiéis na Casa do Senhor, não porque desejam uma boa aplicação dos recursos entregues, mas por lamentarem em não ter acesso a eles para fins escusos.

Diante do cenário de corações tão mesquinhos e irreverentes, Jesus revelou  publicamente o significado da atitude gloriosa daquela mulher. Ele a aprovou sem reservas dizendo que aquela ação, pura e desprendida, seria uma unção preparativa para o seu sepultamento.
Jesus espera de nós que derramemos sobre Ele todo o nosso perfume, todo o nosso ser, envolvendo tudo que temos e somos. O Apóstolo Paulo escreveu que somos o bom perfume de Cristo. Semelhantemente, ao frasco de alabastro que foi  usado para o Mestre, em toda a sua totalidade, devemos ser derramados com inteireza de coração, em atitude de adoração ao nosso Deus e Senhor, não apenas em momentos específicos e emotivos, mas em todo o tempo.

O frasco de alabastro significa uma vida sem reservas, no espírito, na alma e no corpo, totalmente entregue, como um sacrifício vivo e aceitável diante de Deus. Tudo o que há em nós deve ser canalizado para a glória de Deus. Isso se constitui em uma verdadeira adoração!