Por que ser grato a Deus?

Em tudo dai graça, pois esta é a vontade de Deus para vocês. 1 Ts 5.18

Sejamos práticos, antes de pedirmos a bênção de de Deus para 2020, façamos uma lista das pequenas e grandes coisas  que recebemos em 2019. E não peçamos nada para 2020,  antes de agradecermos por cada uma delas. E as desagradáveis? Motivo também de  graças a Deus, não por elas, mas, apesar delas, porque  o Deus que confiamos é imutável e sempre digno de toda gratidão, poder, honra e glória, independente de circunstâncias. Todos nós somos feituras de Deus, e somente nEle encontramos razão e sentido para a vida. Quando estamos em Cristo, os problemas são explicados e solucionados. O que é impossível ao homem, diante de Deus há resposta para todas as demandas.

A nossa caminhada é pontilhada pelo favor de Deus. Todos os dias, temos  inúmeros  motivos de gratidão. A gratidão revela confiança em Deus e  traz à memória todo o bem recebido. Alguns, até agradecem a Deus quando as coisas estão indo bem, mas, em meio à tempestade esquecem de todo o bem recebido e soltam uma onda de reclamações. A murmuração não muda as circunstâncias, mas, com ela,  são agravadas.

Outros, mesmo diante das bênçãos recebidas, não reconhecem que elas provieram de Deus e não se lembram de render-Lhe graças;  é o caso dos dez leprosos que foram curados por Jesus  enquanto iam se mostrar ao sacerdote. Apenas um voltou para dar graças a Deus. Jesus estranhou o fato de apenas um retornar com o coração agradecido, em uma proporção muito aquém do que deveria ser.  A lepra era uma doença muito maldita, os leprosos eram considerados imundos e, por isso, afastados do convívio da família e da comunidade. Ser curado da lepra era o que o doente mais almejava, era  o resgate da  própria vida, era um salto da  morte para vida, da humilhação para a glória. Como alguém poderia receber tão grande favor e ignorar o doador? Será que a cura para os nove não foi significativa?

A história dos dez leprosos  leva-nos a refletir sobre nós mesmos. Lembremos o quanto temos recebido de Deus no decorrer da nossa caminhada, em especial, neste ano de 2019.  Sondemos o nosso coração e vejamos se temos sido honestos com Deus, reconhecendo cada favor que Ele nos tem dispensado e reconhecendo cada pessoa que Ele tem usado para nos abençoar. Todos temos recebido, grandes coisas ou pequenas. Aprendamos a ser gratos também nas  pequenas coisas, para que Deus possa nos confiar coisas maiores.

Por que dar graças? Porque revela as verdadeiras intenções do coração.  Dar graças a Deus indica que reconhecemos que toda boa dádiva provém dEle e por Ele tudo foi feito e  deve voltar para Ele. Porque Ele É.  Que sem Ele não podemos fazer nada e dependemos dEle em tudo.  A vida perde o sentido quando não aprendemos a glorificar a Deus, porque sem gratidão tudo se perde em sua efemeridade, mas o que é feito em Deus e para Ele ganha um sentido eterno. Dar graças a Deus em tudo é trilhar o caminho da sabedoria. Que 2020 seja um ano de muita gratidão a Deus e que lembremos em todo o momento dos seus benefícios.

Gratidão

Gratidão é reconhecimento por algum benefício recebido. É honrar alguém por seus favores. Há inúmeros motivos de gratidão a Deus. Todos os homens deveriam ser gratos ao Soberano Deus, Criador do Universo. Ele é bom com os justos e injustos. O seu sol nasce para todos e a sua chuva desce sobre todos os filhos dos homens. Deus é Deus e todos os seres que respiram devem a Ele adoração.

Apesar da incomparável bondade de Deus, a ingratidão permeia os corações humanos. A murmuração e as afrontas contra Ele, com palavras ou atitudes, têm marcado esta geração. Vivemos os dias maus, sobre os quais o apóstolo Paulo profetizou. Dias de homens e mulheres ingratos que ignoram Deus e não veem motivos para render-lhe graças. A ingratidão revela o que está no interior do homem. Um coração ingrato indica um caráter desalinhado com o que é justo e bom.

Será que existem situações que podem justificar a ingratidão a Deus? Não, não existem. Ele é digno de toda ação de graças em toda e qualquer circunstância. “Em tudo dai graças” é o que a epístola paulina aos Tessalonicenses instrui. Aprender a dar graças a Deus em toda e qualquer situação é agradável diante do Senhor e traz o coração livre de amargura contra Deus ou qualquer pessoa. Um coração grato vê o mundo e as pessoas com os olhos de Deus e encontra espaço para exercitar o amor, a gratidão, o perdão, a misericórdia e não há lugar para o azedume. A gratidão a Deus extrai das pessoas o bem. Um coração grato saltita de alegria por onde quer que vá porque o que importa é Deus e o seu favor. A fé que está firmada no conhecimento e bondade de Deus é capaz de transformar as agruras da vida em tijolos que contribuirão para galgar novas possibilidades e, essa confiança, inabalável, levar a uma atitude contínua de gratidão.

A adoração é a expressão de um coração grato a Deus. Deus é o Criador de todas as coisas e Ele criou o homem com o propósito de ter comunhão e receber adoração desse homem, uma adoração racional, em espírito e em verdade. O espírito transcende às coisas visíveis, está na dimensão sobrenatural, e é nesse nível que se dá a comunicação entre Deus e o homem. Deus é Espírito, seus adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade. A verdade é a própria Palavra de Deus, é Jesus. Ap 19.13; Jo 14.6. A adoração precisa estar firmada na verdade. Jesus é a revelação do próprio Deus. A verdade leva ao conhecimento de Deus, do que Ele é e do seu caráter. O homem é espírito, alma e corpo, mas o relacionamento com Deus se dá através do espírito. Por isso, há necessidade de um novo nascimento, de um espírito vivificado do homem, através da fé em Jesus.

Cultivemos um coração grato e, assim, ofereçamos a Deus uma perfeita adoração consciente dos seus feitos poderosos e do que Ele É.

Por que, ó alma!

O espírito está pronto, fraca a carne é. E tu, alma, por que teimas em se distanciar do teu Deus e preferes andar por lugares baixos? O espírito está pronto e tu, alma? Por que preferes o caminho da desolação e da morte? Fala sobre teus amigos. Responde-me, alma, com quem andas e te digo como estás. Andas com o medo? O orgulho é a tua companhia, ó alma?

Como estás desolada, ó alma minha! Sinto a tua dor gritar no peito. As tuas forças se esvaíram. Abatida estás!

Ó minha alma, levanta-te! Lança de sobre ti todo o jugo. Olha para cima! Há uma janela de luz que podes contemplar. É a glória do teu Deus! Prostra-te. Adora. Deixa que a luz de Deus dissipe as trevas. Voa nas asas da adoração até a sua presença.

O teu lugar, ó alma, é nas alturas. Diante do Trono de Deus!

O Cântico de Maria

“Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, pois atentou na humildade da sua serva. De agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor, Santo é o seu nome. A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração”. Lc 1.46-50

O coração de Maria era permeado pela gratidão. Apenas um coração grato é capaz de entoar um cântico dessa natureza ao seu Criador e Senhor. Um coração grato sempre vê motivos para agradecer a Deus por sua bondade que se perpetua pelas gerações. Um coração grato não pode ser aprisionado por cordas estranhas, mas apenas pelas cordas do amor. Seu relacionamento com Deus flui livremente. A gratidão traz leveza ao coração e sensibilidade à presença do Espírito Santo.

A alma e o espírito de Maria confundiam-se. Eles formavam a sua identidade, identidade que refletia a glória de Deus porque seu espírito era dominado pelo Espírito Santo de Deus.

Podemos imaginar o desafio que Maria teve que enfrentar, após receber a instrução dada pelo anjo sobre o Filho de Deus que ela geraria em seu ventre. Grande foi sua expectativa! De repente, grávida, sem ter se relacionado sexualmente com qualquer homem. Talvez, o problema maior de todos foi encarar o homem com o qual estava aliançada, além de ser alvo de fofocas, acusações de religiosos e preconceitos da sua comunidade. Lembrando que Maria era apenas uma adolescente. Maria estava desposada de José. Ela já tinha um contrato de casamento, e aguardava apenas o dia da união com o seu esposo, no qual era efetivado. Na cultura judaica, para todos os efeitos, Maria já era uma mulher casada. Se Maria ou José decidisse desistir do casamento, teria que ser por vias legais, semelhantes a um divórcio. Então, Jesus foi gerado em uma família, Maria não era mãe solteira nem Jesus nasceu sem um pai terreno, ainda que adotivo. Por amor e confiança em Deus, Maria não se importou com as barreiras que enfrentaria, a não ser cumprir o propósito do seu Senhor.

Maria tinha uma vida de total contrição e intimidade com Deus. O cântico de Maria traduz essa verdade, de uma clareza inconfundível . O seu relacionamento com Deus era coeso, não se limitava ao nível das emoções ou circunstâncias. Outra qualquer virgem em Israel, não semelhante à Maria, não teria encarado tão grande desafio. Deus não se engana, Ele conhece cada coração, e Maria foi preparada para esse objetivo, ser canal para que o Filho de Deus tivesse acesso a este mundo, para que o filho do seu ventre fosse ponte entre Deus e os homens. Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. I Tm 2.5

Deus continua buscando adoradores, buscando corações que entoem a Ele a mais bela e pura canção, livre de qualquer ruído. Corações semelhantes ao de Maria, cheios de gratidão, que confiem nele sem restrições, corações que nada mais importa, a não ser agradar ao seu Deus, Salvador e Senhor!

Adoração e missões

“Missão existe porque não existe adoração”. John Piper

Esta afirmação é de difícil entendimento, quando  a lemos ou a ouvimos pela primeira vez, mas quando a compreendemos, ela é bem verdadeira, e os dois temas estão  relacionados dentro do propósito de Deus para o homem.

O plano primordial de Deus para o homem é que ele o adore com a totalidade do seu ser  e por todo a eternidade; ele foi criado por isso e para isso. Deus, o Único Deus Verdadeiro, criou o homem para o louvor da sua glória. Toda a criação, todos os povos, línguas e nações têm origem no próprio Deus, e não há outro além dEle digno de adoração. Mas, desde o início, satanás,  o acusador dos homens e pai da mentira, tem procurado enganar os homens e levá-los a enveredar por  caminhos distantes de Deus. O inimigo de Deus tem tido sucesso, e, muitos, principalmente por ignorância, têm adorado a deuses estranhos e deixado de adorar e honrar   o Deus Soberano que os criou.

“Missões existem porque não existe adoração”, sim. Missões existem para alcançar  homens e mulheres de todos os lugares que não fizeram  ainda um altar de adoração ao Deus Verdadeiro. Se todos os povos, tribos, nações e línguas  adorassem o Deus vivo, não precisaria de missionários para anunciar que existe um só Deus que deve ser adorado. Missões existem para dizer a todos os homens que eles foram criados para adorar somente a Deus, o Criador de todas as coisas. Missões existem para  que os homens tornem-se  verdadeiros adoradores rendidos totalmente a Deus.

Missões existem para fazer o nome de Jesus conhecido, e através dEle   os homens possam ter comunhão com Deus porque adoração é, antes de tudo, relacionamento com Deus. Como uma pessoa  pode relacionar-se com alguém que não conhece?  Deus não está procurando adoração, mas Ele busca  verdadeiros adoradores, busca relacionamento, amizade com o homem, pessoas que o amem sobre todas as coisas. Ele enviou Jesus ao mundo, não o poupou da morte, para trazer todos os homens de volta para si, para restaurar o que foi perdido no Éden. Esse amor  insondável deve ser retribuído. Cada homem deve-lhe adoração pelo que Ele fez, pelo que Ele é, por gratidão, porque somente Ele é digno, porque Ele é o Criador de cada um.

Adorar outros deuses é uma afronta ao Deus Soberano. O primeiro mandamento é: Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás. Ex 20.3-5. Por natureza, o  homem é um adorador. Ele foi feito para adorar. Se ele não adora ao Deus Santo e Verdadeiro, adora outros  deuses, deuses criados por eles mesmos, deuses incapazes de fazer qualquer coisa porque não falam, não veem, não andam, não ouvem e seus adoradores tornam-se semelhantes a eles. Salmos 115.4-8.   Não há satisfação na alma humana, se  o objeto da sua adoração não for o Deus verdadeiro. Há um vazio no coração do homem que nada nem ninguém pode preenchê-lo, a não ser o próprio Deus.  Missões existem para restaurar a adoração na vida de cada homem que ainda não conhece Jesus de qualquer lugar do mundo.  A visão de Deus é ampla e alcança  toda humanidade. Ele quer que todos venham a ter conhecimento da verdade, por isso, o coração de Deus pulsa por missões, e busca  por verdadeiros adoradores.

 

Adoração e adoradores

O homem foi criado para glorificar ou adorar a Deus com a sua vida, com todo o seu ser e por toda a eternidade. Então, tudo que foge deste propósito, por melhor que seja, não traz satisfação à alma humana.

Deus criou o primeiro  casal e o colocou em um ambiente livre de qualquer opressão que pudesse trazer angústia na alma e o fizesse desviar do propósito estabelecido por Deus . O primeiro homem e a primeira mulher foram criados perfeitos, sua casa era  em um jardim perfeito, com todas as condições favoráveis para  que tivessem  vida plena e de adoração a Deus. Mas, nesse ambiente de perfeição, o homem e a mulher  foram tentados por um ser escabroso que sempre quis usurpar de Deus o que pertencia apenas a Ele, a adoração! O casal cedeu, duvidou do caráter de Deus, e a partir desse momento  muitos deuses foram surgindo através das gerações. Os homens, eles mesmos, criam seus deuses e não há limite para isso. Na Índia, por exemplo, estimam-se que há cerca de 330 milhões de deuses.  Isso mesmo, são deuses para todos os gostos, segundo o coração rebelde de cada  um. São deuses que não falam, não ouvem, não andam. Segundo Salmos 115.8, os fazedores e adoradores de ídolos tornam-se semelhantes a eles. As nações cristãs ocidentais, talvez se surpreendam com tantos deuses nas nações orientais. Mas a nossa realidade não é tão diferente, temos também muitos deuses  religiosos, além destes, temos outros  como o prazer, o poder, o dinheiro, os jogos, a tecnologia, o trabalho, as pessoas, os bens materiais,  as redes sociais, os vícios, os artistas famosos, a aparência, a estética, os cargos eclesiásticos   e tantos outros. Tudo que faz o homem desviar do foco, daquele que somente deve ser adorado,  é pecaminoso  ou leva à  pecaminosidade, fazendo do adorador refém da sua própria adoração.

O primeiro dos dez mandamentos é não ter nem adorar outros deuses, além do Único Deus verdadeiro, o Deus Soberano que criou o universo e todas as coisas, por isso, só Ele é digno de adoração.  Paulo  escreveu para os gentios romanos que os homens são indesculpáveis se não reconhecem o Deus verdadeiro porque todas a coisas criadas revelam este Deus, a natureza é um livro aberto que testifica que um Deus Criador está por trás das obras da  sua criação, e, por suas obras magníficas,  o seu poder é revelado, e todos o homens têm o dever de adorá-lo.

Adoração – o que é? De uma forma bem particular, adoração é relacionamento com Deus e tem como base a comunhão e intimidade com Ele,  é  reconhecer o que Deus é, a sua natureza e o seu caráter, é ter uma atitude de rendição total a Ele.  A atitude de um adorador não é apenas em ajuntamentos ou ocasiões especiais, mas  em todo o tempo. O espírito e a alma do adorador devem viver em uma fusão constante com o Espírito Santo de Deus.  O verdadeiro adorador deve viver a vida do próprio Deus, e nada que ele faça pode ser desvinculado do Deus que ele adora. “Quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. Paulo não apenas escreveu isso, mas viveu e morreu por isso, na vida e na morte glorificou a Deus. Ele entendeu o verdadeiro sentido da adoração e sua vida foi totalmente ofertada no altar da adoração. Tem-se uma vida de adorador quando nada mais importa, a não ser viver totalmente para a glória de Deus. Não somente quando se está fazendo a obra de Deus ou cantando canções de louvor na Igreja, mas no trabalho, na escola, na faculdade, fazendo compras,  em  encontro com os amigos, em momentos de lazer ou em qualquer outra situação ou lugar. Não se deve perder a sua essência, não sair do lugar de adoração, não perder o verdadeiro sentido da vida porque nada vale a pena ser vivido, se não for para glorificar a Deus. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças”.  Dt 6.5.  Então, a adoração envolve um contínuo sacrifício de louvor a Deus, com a inteireza de todo o ser, do espírito, alma e corpo.  Isso é que faz de um homem ou uma mulher um verdadeiro adorador!