O sábio e o tolo

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria…” Pv 1.7

O destino do homem está relacionado com suas atitudes de sabedoria ou insensatez.  A Bíblia está repleta de exemplos de homens que, por sua sabedoria, viveram intensamente e deixaram um legado para suas gerações, e  outros que sucumbiram em meio a suas tolices.

A. W. Tozer disse algo bem forte e  verdadeiro que me fez refletir profundamente: Jamais haverá um tolo no céu, bem como nunca, um sábio no inferno. Não podemos entender esse pensamento do Tozer se o separarmos do livre arbítrio dado por Deus ao homem. O livre arbítrio é direito  de escolha. Nesse ponto, Deus mostra uma faceta do seu caráter que é compartilhar com a sua criatura o que Ele mesmo é na sua essência, um Ser livre. Deus não tem ninguém acima dele que precise pedir permissão para fazer o que quer que seja. Ele faz o que quer, aonde quer, quando quer e da forma que quer,  nada pode limitar o seu poder de ação quando deseja agir. Deus foi muito generoso ao compartilhar essa dádiva valorosa com o homem, apesar de saber que uma boa parte deles não iria corresponder ao seu coração amoroso e  enveredaria por seus próprios caminhos, distantes da sua presença. Mas Ele preferiu pagar esse preço do que ter ao seu lado prisioneiros que, como fantoches, seriam obrigados a fazer a sua vontade, mas destituídos da leveza emotiva que somente as cordas do coração poderiam mantê-los prazerosamente junto de Si.

A liberdade de escolha é fator determinante que diferencia os sábios dos tolos porque toda escolha leva a uma consequência. O sábio vê além das escolhas, o que elas poderão produzir, o tolo ignora o resultado. Todos os homens são frutos de suas próprias escolhas, e  tornam-se prisioneiros dela. Em todas as áreas da vida e em todo momento  escolhas são feitas, elas pontilham toda a existência. . Alguém pode até induzi-lo a uma determinada decisão, mas a responsabilidade é individual, cada um é responsável por cada escolha que faz no decorrer da vida, e, dependendo delas, trilha-se diferentes caminhos, de sucesso ou fracasso. Há poder na escolha, mas não nas consequências dela advindas.

Cada um tem diante de si a maior e a mais importante escolha da sua vida. Escolha essa que determina onde ele passará a eternidade. O homem tem poder de escolher entre a vida e a morte, entre a sabedoria e a insensatez. Sábio é aquele que teme ao Senhor e tem a sua vida pautada em sua Palavra. É aquele que escolhe obedecer a Deus e tem consciência onde isso o levará.  É aquele que escolhe andar por fé, porque somente assim pode agradar a Deus e ter com Ele um relacionamento paternal que lhe dá direito a uma herança.  O sábio pesa todas as coisas,  vê além do que é visível aos olhos, vê com os olhos espirituais e é movido por essa realidade. O sábio escolhe o que é eterno e resiste a ofertas efêmeras. O sábio sabe para onde vai e como tudo terminará ao escolher a melhor parte.  Não, jamais haverá um tolo no céu.

Os dois malfeitores

Jesus foi crucificado entre dois malfeitores.  Ele se fez maldito por todos os homens ao ser pendurado numa cruz. Apesar de Jesus ser o Filho de Deus, abriu mão de sua glória, habitou  entre os homens e a si mesmo se entregou  como um Cordeiro para ser sacrificado e, assim, poder reconciliar os homens com Deus.

Jesus  na cruz com dois ladrões, um a sua direita e outro à esquerda, dividiu a humanidade em dois grandes grupos. Um dos malfeitores zombou de Jesus: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também”. Semelhantemente a esse malfeitor, muitos se posicionam dessa mesma forma. Não pensem esses que alcançarão algum favor de Deus. O outro repreendeu o seu companheiro, dizendo:”Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”.

A  vida de Jesus é um grande exemplo para ser imitado. Além  de ser o maior Mestre de todos os tempos, cheio de sabedoria e unção, debruçar-se no seu ensino traz vida ao espírito, restauração para a alma e cura para o corpo.  Jesus viveu em todos os seus momentos para glorificar a Deus e até na sua  hora mais agonizante, Ele deixou um grande ensino. Ao responder ao malfeitor que creu que Ele era o Filho de Deus, Ele ensinou que a sua graça não depende de nenhuma obra humana. Aquele homem não tinha mais tempo para mostrar que poderia ser bom, frequentar uma igreja e muito menos se batizar, mas Jesus respondeu para Ele: “Hoje mesmo, estarás comigo no paraíso”. Que maravilhosa graça e que grande amor! Jesus não o condenou, mas o recebeu como Filho de Deus e co-herdeiro com Ele das bênçãos celestiais. Para o outro, Jesus se calou, Ele não pode fazer nada por ele porque não o reconheceu como o Filho de Deus e o Salvador do mundo.

Se atentarmos bem para o que aconteceu naquele momento, existe apenas uma coisa que fez a diferença entre os dois malfeitores, nenhum era melhor do que o outro. Talvez, o que foi para o paraíso pode ter cometido mais atos pecaminosos do que o outro. A fé, simplesmente a fé,  foi o fator decisivo que determinou aonde aqueles homens deveriam passar a eternidade. Não há outra forma de ser salvo se não for pela fé em Jesus. Lembrando que Jesus é a própria Palavra de Deus.  A graça de Deus estava disponível naquele momento, um, pela fé, a recebeu, o outro, pela incredulidade, a rejeitou. Abraão, o patriarca de Israel,  é citado na Bíblia como um grande homem de fé, teve seus momentos de fraqueza, mas o que o diferenciou dos outros homens da sua época foi a sua fé. “Abraão creu, e isso lhe foi imputado por justiça”. Desde o princípio, os homens que andaram com Deus, não foram justificados por suas obras de bondade, eles foram justificados pela fé. A fé aciona a graça de Deus. A graça de Deus é como um presente ou uma oferta de perdão que você pode aceitar ou rejeitar. Todos os homens pecaram, todos foram declarados culpados e condenados à morte eterna. Mas a todos foi oferecido o perdão dos pecados, através do sacrifício de Jesus na cruz. Quem crer nessa verdade e receber de graça o perdão, será salvo. O malfeitor creu e foi justificado. Jesus não esperou que ele mostrasse um  procedimento de homem justo, não houve tempo para isso. A salvação é instantânea, o espírito é vivificado quando o Espírito de Deus toca o espírito morto do homem, fazendo-lhe um novo homem. Se aquele malfeitor tivesse sobrevivido, ele, com certeza, não seria mais um malfeitor, mas  um homem justificado que experimentou a vida nova em Cristo. As boas obras e um novo proceder é consequência da salvação, não um meio.

Independente de classe social, raça, cor ou religião, cada um faz parte de um dos dois grupos representados por cada um dos malfeitores da cruz.  Do grupo que crê em Jesus e é justificado pela fé, ou do grupo que se apega a dogmas religiosos ou qualquer outro meio para a salvação, mas não crê que Jesus é o único caminho que pode levá-lo a Deus,  esse nunca será justificado e permanecerá sob condenação eterna.

Todos podem receber de graça a salvação, hoje mesmo. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” Efésios 2:8

Lc 23.39-43, Rm 4.3, Jo 1.12, Jo 14.6; Jo 3.18, Ef 2.8

 

O cordão vermelho

A Bíblia narra uma história inusitada que podemos tirar muitas lições, mas a mais significativa é sobre a graça de Deus. A graça de Deus permeia todo o Antigo Testamento, ao contrário do que muitos falam  que a graça é coisa somente do Novo Testamento e todo o período anterior pode ser descartado.

Raabe era uma prostituta que morava em Jericó, na época em  que Josué entrou em Canaã para conquistar a terra. Jericó seria a primeira cidade a ser conquistada. Josué, como um bom estrategista, enviou dois homens à cidade para espiá-la e verificar como estava o ânimo do povo.  Os dois homens entraram na casa de Raabe e, através dela, ficaram sabendo que os seus conterrâneos estavam amedrontados com tudo que ouviram sobre o povo de Israel, da travessia do Mar Vermelho e da vitória sobre os reis dos amorreus.  A notícia dos dois estrangeiros  que entraram na casa de Raabe chegou aos ouvidos do rei de Jericó,  isso não lhe agradou  e enviou homens com instruções para Raabe sobre os espias.  Raabe, sabendo da astúcia do rei e  do seu povo, escondeu os espias no telhado. Quando os emissários do rei chegaram, Raabe falou que os homens já tinham ido embora, mas eles deveriam correr atrás deles, de repente, poderiam alcançá-los.  Depois que os homens saíram, ela foi até os espias e contou o que ela disse aos servos do rei que os procuravam. Os espias  deveriam ir embora, Raabe os instruiu  a tomarem o caminho das montanhas e a se esconderem por três dias até os seus perseguidores retornarem. A casa de Raabe ficava sobre o muro da cidade e ela ajudou os espias a descerem por uma corda.

Raabe gostaria de ser recompensada pelo bem que fez aos espias e cobrou isso deles, não dinheiro ou qualquer recompensa material, mas algo muito mais profundo e valioso que envolvia fé, aliança e vida. Ela creu que  Deus, o Criador de todas as coisas estava com o povo de Israel que conquistaria a sua terra. Os espias e Raabe fizeram uma aliança condicional que traria vida, se Raabe fizesse a sua parte. A aliança que deveria ser cumprida por Raabe era colocar em sua janela um cordão vermelho e não sair de casa com seus familiares. Os guerreiros,  ao adentrar  a cidade e verem o cordão vermelho, não  matariam quem estivesse naquela casa.

Raabe era uma gentia e prostituta. Segundo as leis de Israel, ela deveria morrer por seus próprios pecados,  e juntamente com o seu povo que não foi poupado da morte por suas iniquidades. Mas a graça de Deus a alcançou por meio da fé. Raabe creu no Deus de Israel, e isso foi suficiente para livrá-la da condenação. Não precisou ela cumprir qualquer ritual, mas a fé a livrou. A fé também exige algo prático. Ela creu e porque creu, escondeu os espias. Se há fé na Palavra de Deus, essa fé leva à obediência.  A graça de Deus se  manifestou no tempo da lei com Raabe, com Rute, a moabita e com muitos outros exemplos. E a fé sempre foi o meio de acesso à graça de Deus. Abraão foi justificado pela fé.  Em Hebreus, capítulo 11, podemos encontrar exemplos de fé do Antigo Testamento e Raabe está lá.

O cordão vermelho, que deveria ser colocado na janela da casa de Raabe, aponta para o sangue de Jesus, o Cordeiro que deveria ser morto, uma vez por todas, para livrar os que creem da condenação eterna. A graça de Deus está disponível, pode-se ter acesso a ela através da fé em Jesus.  O sangue de Jesus, é o sangue da nova aliança.

A Páscoa

Nestes dias, o mundo judaico-cristão comemora a Páscoa do Senhor. Páscoa, da palavra hebraica Pesah, significa passagem. Deus, para retirar o seu povo do cativeiro, enviou a décima e última praga sobre o Egito. O anjo da morte deveria passar à meia noite sobre todas as casas para matar os primogênitos. Para poupar os filhos mais velhos dos hebreus, Deus disse para eles aspergirem os umbrais de suas portas com o sangue de um  cordeiro,  que deveria ser morto em cada família.  O anjo, ao  ver o sangue,  passaria por aquela casa sem fazer dano algum. Assim, o povo de Deus seria poupado da mortandade que assolou todas as famílias egípcias.

Depois da saída do povo do Egito, por ordem do Senhor,  a festa judaica da Páscoa continuou a ser celebrada  todos os anos pelos judeus, através  de suas gerações.  Os judeus sempre viveram à espera do Messias que lhes foi prometido desde tempos remotos. A Páscoa apontava para o Cordeiro que deveria ser morto para que os homens pudessem ter a vida eterna. Jesus veio e viveu entre os judeus, pregando sobre o Reino dos céus e anunciando as boas novas da salvação.  João Batista, o precursor de Jesus, falava ele: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Os seus irmãos não lhe deram crédito e,  por incredulidade e inveja, o entregaram para ser crucificado.  Jesus foi morto exatamente quando os judeus comemoravam a Páscoa, no dia da preparação, em uma sexta-feira, quando eles sacrificavam também  os  seus cordeiros. Os judeus não perceberam que naquele dia, as Escrituras se cumpriam, o Cordeiro de Deus estava sendo entregue para que os homens não fossem condenados.”Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho para que todo aquele que crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A Páscoa que começou no Egito foi um meio para que os filhos mais velhos fossem livres da morte. O cordeiro morreu no lugar de cada um.  Jesus, o Cordeiro de Deus, morreu no lugar  de todos os homens para que seus pecados fossem perdoados  e tivessem livre acesso ao Pai.  Deus  é Santo em todos os caminhos, Ele  abomina o pecado, mas perdoa o homem pecador que se arrepende. Da mesma forma que os hebreus precisavam crer para aspergirem o sangue do cordeiro pascal nas vergas e umbrais de suas casas, a salvação eterna é apenas para os que creem, esses têm os seus pecados perdoados e são justificados pelo sangue de Jesus.

Hoje, a situação do mundo assemelha-se muito a do Egito,  em cada nação o anjo da morte tem passado. Mas o sangue  do Cordeiro de Deus continua em atividade, podendo livrar da morte os que creem, não apenas da morte eterna, mas também da morte física.

Páscoa é vida, é perdão, é comunhão  com Deus, é cura. Páscoa é  liberar perdão ao próximo, é comunhão uns com os outros, é cura nos relacionamentos, é desfrutar da paz e da alegria da  salvação que somente Jesus pode dar. Páscoa é a manifestação da graça e do amor de Deus!

A fonte da alegria

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos. Fp 4.4

Alegria é um sentimento de satisfação com a vida, de contentamento, de prazer, de regozijo.  Paulo escreveu aos Filipenses  que eles se alegrassem sempre.  Mas essa alegria só é possível quando se está em Cristo. No Senhor, essa alegria é perene e duradoura.

O homens vivem em constante busca de alegria. Nestes dias de carnaval, há uma corrida para a alegria, mas dura tão pouco e a um preço muito alto. As folias e o samba nunca são suficientes e a procura por maiores prazeres  é uma realidade, como sexo, drogas e muito álcool que levam a resultados bem desagradáveis. Generalizando, não há carnaval sem mortes de trânsito, sem drogas, sem famílias destruídas, sem gravidezes  indesejadas e sem abortos. Então, a alegria do carnaval é uma farsa, é insustentável.

Não há alegria plena sem o conhecimento de Deus e sem intimidade com Ele. O homem foi criado para ter relacionamento com Deus e somente nEle há contentamento e plenitude de alegria. Jesus, levantou-se no último dia da festa dos judeus e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz as Escrituras, rios de águas vivas correrão do seu interior”. João 7:38.  Essa água é a presença do Espírito Santo. Quando o homem crê em Jesus e se arrepende dos seus pecados, O Espírito Santo vem fazer morada em seu coração e a alegria do perdão dos pecados e da salvação inunda a sua vida.  A sua sede é saciada. “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação”. Isaías 12:3.  A alegria do Senhor é verdadeira,  é uma alegria que salta para a vida eterna. Não depende de circunstâncias porque ela não vem de fora para dentro, mas já está dentro, no espírito do homem,  e fortalece a alma. “…porque a alegria do Senhor é a vossa força”. Neemias 8:10

A alegria está perto e ao alcance de todos porque Deus está perto. O seu  desejo é ter uma relacionamento com cada homem que Ele criou, perdoar seus pecados, por meio do sacrifício de Jesus na cruz,   enchê-lo do seu amor paternal e da alegria do seu Santo Espírito. Não há necessidade do homem viver mergulhado em uma tristeza sem fim ou em busca de alegria em lugares errados, já que  Jesus, a fonte da alegria,  convida a cada um a beber dessa fonte.

O justo já é justo!

Certa vez, os fariseus interrogaram  Jesus porque ele comia com os publicanos e pecadores. Jesus respondeu: Os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes. Não vim chamar justos ao arrependimento, mas pecadores.

Para analisarmos essa declaração de Jesus, precisamos entender que há duas categorias de pecadores,  aqueles que se acham justos aos seus próprios olhos, por mérito próprio, e não precisam de Jesus porque pensam  que nunca pecaram. Esses nunca experimentarão da graça de Deus, porque não têm nada que se arrepender.  Este grupo são os que não precisam de médico, eles se acham sãos.                                                                                    Existem os que reconhecem que são pecadores e precisam da graça de Deus para serem justificados. Que por si só, não têm condições de se tornarem justos diante de Deus. Jesus veio para este segundo grupo, que são os doentes que precisam de médico. Jesus estava ali para resgatá-los. Como alcançá-los se não se misturasse com eles, não para ser influenciado, mas para influenciar? Jesus não estava com os pecadores para aderir ou aprovar as suas práticas reprováveis, mas para levá-los à prática da verdade e da justiça.

Não há nada que o homem por si só possa fazer para comprar a sua justificação diante de Deus. Se isso fosse possível, Deus não entregaria o seu único Filho para sofrer tão horrendo sacrifício em prol do resgate de nossas almas.

O segundo grupo de pecadores, agora chamados justos, pela  justiifcação de Jesus, e por entenderem  que Jesus sacrificou sua vida em seu lugar, devem viver em total dependência da sua graça e gratidão por terem seus pecados perdoados. O pecado não terá domínio sobre sua vidas porque suas mentes foram renovadas pelo entendimento da Palavra de Deus. Devem ser imitadores de Cristo, propagadores da sua salvação pela graça, não retornarem  ao jugo da desobediência nem se prenderem em quatro paredes, mas devem ir lá fora, onde os pecadores estão. Não para copiar suas práticas pecaminosas, mas atraí-los em amor, pela compaixão de Jesus. Vigiando sempre para não serem influenciados, mas para influenciar porque só há cura para o coração doente no médico dos médicos, Jesus, aquele que veio há dois mil anos com a resposta certa para cada coração doente e distante de Deus.

Sim, os que se acham justos aos seus próprios olhos já são justos, os sãos não precisam de médico, não precisam de Jesus, continuarão sob condenação eterna. “Porque o salário do pecado é a morte, e todos pecaram e ficaram destituídos da glória de Deus”. Mas Jesus morreu para nos tornar justos diante de Deus.

O amor de Deus e o relacionamento com Ele

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. Rm5.8;  João 15:10

Deus ama a todos os homens, de todas as raças, povos e nações. Isso é indiscutível. E o amor de Deus é incondicional. Ele proveu o necessário para que tivéssemos um relacionamento com Ele. O maior de todos os pecadores é alvo do amor de Deus, e, enquanto viver, pode buscar o livre acesso a Ele, através de Jesus.

Apesar de Deus ter provado o seu amor por todos os homens,  nem todos os homens são salvos. Há um fator de peso que mantém o homem distante de Deus: o pecado. E o que é pecado? Tudo que é reprovável diante dos seus olhos e conduz o homem por veredas que o afastam dEle. A Palavra de Deus foi dada ao homem para que ele saiba como deve se conduzir, de forma  agradável a Deus e com a possibilidade de  um relacionamento com Ele. O pecado não pode prevalecer diante Deus. Não há harmonia entre o pecado e Deus. Pecado é coisa tão reprovável aos seus olhos que Ele precisou matar o seu próprio Filho para solucionar esse problema que impedia que os homens pudessem ter com Ele um relacionamento paternal e de comunhão. Assim, como poderia hoje Deus  ter relacionamento com pessoas que insistem em permanecer no pecado e ignoram a sua graça e oferta sacrificial de amor? Como ter relacionamento com Deus, se não há lugar para arrependimento e se insiste em uma vida que ignora totalmente os seus princípios,  preferindo o prazer do pecado do que viver na alegria da sua presença? Todo relacionamento tem um preço a ser pago. O relacionamento com Deus não é diferente. O preço é a renúncia do nosso próprio eu, não vivemos mais a nossa vida, mas a vida de Cristo. “Não vivo eu, mas Cristo vive em mim”. Ap Paulo.

Os que amam o pecado,  sustentam-se na falácia de  que o que apenas importa  é o amor de Deus. Como se a sua justiça fosse desprezível. Esses esquecem que o que sustenta o amor é a justiça. O seu atributo de justiça é tão forte quanto o seu atributo de amor, e isso  nos leva à plena confiança nEle. A justiça de Deus exigiu a morte do seu próprio Filho  para que pudéssemos ser justificados. A rejeição desta verdade nos mantém  em condenação eterna, apesar do seu amor.

O amor de Deus é incondicional, Jesus morreu por todos,  e a sua vontade é que todos se arrependam e sejam salvos. Mas o relacionamento com Ele é condicional. O pecado não pode se interpor no relacionamento com o Pai celeste. Para isso, precisa-se da consciência de pecado, crer no sacrifício de Jesus na cruz, arrependimento e conversão, que é mudança de atitude e opção por um novo caminhar em veredas novas que leva o homem a um relacionamento com Deus e comunhão com o Espírito Santo. Lembremos que o amor de Deus não poupou os homens da época de Noé, destruídos pelas águas do dilúvio, Sodoma e Gomorra que tiveram seus habitantes exterminados com fogo e enxofre e outros povos que não foram poupados porque suas iniquidades afrontavam o Deus Criador. Deus amava suas criaturas, mas seus pecados clamavam por justiça.

Nunca devemos  esquecer que o relacionamento com Deus é condicional. Se é  significativo andar com Ele, escolhamos sempre manter uma vida longe do pecado e permanente em Cristo.

Adão, onde estás?

Adão, depois da queda e vendo que estava nu, escondeu-se da presença de Deus. Deus sempre vinha conversar com o casal.  Nesse dia, Adão estava escondido e não veio recepcionar nem se deleitar na presença do seu Criador. Deus o chama: Adão, onde estás? O Deus Onisciente e Onipresente desconhecia onde a sua criatura encontrava-se? Ele brinca de esconde-esconde?

Deus sabia onde Adão estava, Ele sabe todas as coisas. Ele tinha  ciência do estrago que a desobediência fez na vida do casal, mas o próprio Adão desconhecia os efeitos do pecado, não tinha ainda noção da maldição que ele tinha comprado com a sugestão da serpente. O seu orgulho e desejo de ser como Deus, fê-lo um ser desprezível e perdedor das riquezas eternas preparadas para ele.

“Adão, onde estás”? Com esta pergunta, Deus queria que Adão soubesse onde ele mesmo estava e pensasse em sua deplorável situação. Adão deveria refletir sobre a grande e irreversível besteira que ele fez. Adão, vendo que estava nu, desconhecia agora a sua verdadeira identidade. Ele foi criado para ter um relacionamento com Deus, antes, ele se sentia à vontade diante dEle, mas agora queria distância, não havia mais compatibilidade entre ele e Deus. Adão respondeu: Senhor, vi que estava nu e me escondi. Depois de confrontar Adão, Deus, com um ato de bondade e graça, o expulsou do jardim. Seria ainda mais desastroso, se ele comesse da árvore da vida e adquirisse a vida eterna em um corpo sujeito à corrupção. O pecado faz isso, afasta o homem de Deus. Foi o próprio homem que se afastou de Deus.  O pecado não resiste a presença de Deus. O homem em desobediência ou foge de Deus ou  é ofuscado pela sua glória. Quem suportaria a olho nu fitar o sol?

Essa é a situação de todos os homens. Ninguém consegue se manter  na presença de Deus com a culpa do pecado. E Deus continua ainda hoje perguntando a cada um “onde estás?”. “Quem é você”? “Qual a sua verdadeira identidade”? Infelizmente, muitos respondem: Sou médico, sou empresário bem sucedido, sou pastor, sou missionário, sou político e tantas outras respostas, mas desconhecem a sua verdadeira essência. Títulos não fazem diferença diante de Deus. Ninguém é conhecido de Deus por sua formação ou ocupação, mas pelo relacionamento com Ele.  O homem não foi criado para estar distante de Deus. Não adianta fugir dEle, mais cedo ou mais tarde, Ele encontrará cada um. Deus, com a sua graça, preparou um caminho de volta pra Ele, Jesus. Podemos retornar à presença de Deus através de uma arrependimento genuíno, o arrependimento que traz mudanças, através das escolhas certas, não escolher desobedecer a Deus é sinal de arrependimento e desejo de manter uma comunhão com Ele. Se entendermos que o pecado não está no corpo, mas na mente, o pecado não é  um fator determinante, mas uma escolha. Podemos viver uma vida plena de comunhão com Deus  escolhendo sempre agradar-lhe em amor e  com renúncia do engano. Não por medo do inferno, mas pela certeza que viver distante de Deus é insuportável. O pecado é uma farsa, pode ter cheiro de liberdade e prazer, mas são cadeias aterrorizantes. Não há liberdade nem satisfação fora de Deus.  Ele mesmo é gracioso conosco quando escolhemos o caminho da obediência e, assim, nos fortalece contra o assédio do mal.

Hoje, Deus continua perguntando: Quem é você? Onde você está e para onde está indo?

Deus é Autossuficiente

“No princípio criou Deus…” Gn 1.1

Não havia nenhum “antes” do princípio. Deus não foi criado por ninguém. Se houvesse um alguém que determinasse a existência de Deus, esse “alguém” que seria Deus.  Deus é Deus, Ele é Eterno, não tem princípio nem fim. Deus é o que Ele é. Ele não depende de qualquer coisa para existir, Ele é autoexistente.

Deus é suficiente em si mesmo. Ele não necessita do favor dos anjos, serafins e querubins, muito menos do homem. Ninguém pode reduzi-lo a um espaço porque Ele não tem limites. Nenhuma mente humana é capaz de imaginá-lo porque Ele é infinitamente mais do que a imaginação pode atribuí-lo. Ninguém pode representá-lo com imagens, isso seria uma grande tolice. Os limites do  universo são desconhecidos pelos maiores cientistas e estudiosos de todas as eras, e como conhecer o seu Criador?

Por tudo que Deus É, por todos os seus inumeráveis atributos, somente Ele pode entender as necessidades do homem e somente nEle é que o ser criado  pode encontrar tudo o que precisa e toda a satisfação que sua  alma anseia, a plenitude da alegria. Deus é a fonte de todo o bem. Mas o homem cria seus próprios deuses, tornando-se deus de seus deuses. São deuses que não têm vida em si mesmos e precisam do “seu deus”, do homem, seu criador.  O homem, obstinado e  obscurecido pelo desconhecimento de Deus, busca satisfação para a sua pobre alma em seus deuses ilusórios e vive  em uma frustrante busca de prazer e constante insatisfação.

Apesar da grandeza de Deus, Ele é um Deus de amor. A prova do seu amor é Jesus, que é a expressão exata do seu ser. Através de Jesus, o homem pode ter livre acesso ao Pai e ter com Ele um relacionamento  paternal de intimidade e comunhão. Jesus, no princípio, estava presente na obra da criação, ele estava com Deus, ele é Deus. Jesus  pode restaurar a alma do homem e fazê-la abundar de alegria, sem necessidade de usar de subterfúrgios para encontrá-la. O homem que tem um relacionamento verdadeiro com Deus e a sua Palavra, não precisa buscar prazer nos vícios, no sexo, nos bens, no poder ou nas pessoas.  Jesus é suficiente para satisfazer o homem em suas buscas  com tudo que ele realmente precisa. Jesus não é uma religião ou um dogma, mas uma pessoa, é relacionamento, é o caminho, é a verdade absoluta, é a vida.  Ele é o único Deus, é tudo que o homem precisa!

Que Rei é esse!

“…eis que uns magos vieram do Oriente à Jerusalém e perguntaram: Onde está aquele que é nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela e viemos a adorá-lo”. Mt 2.2

Que é Rei é esse! Que nasce em um estábulo, que seu primeiro berço é uma manjedoura.  Um Rei que nasceu com o propósito de morrer por todos os homens. Um Rei que foi perseguido e não pode ficar em sua própria terra e teve que fugir para o Egito. Que Rei é esse! Que causou tanta inquietação em Herodes,  que determinou que  as crianças da Judeia, até dois anos de idade, fossem mortas. Que Rei é esse! Um Rei que em seu nascimento aparece um coral de anjos cantando para o seu louvor! Que uma estrela aparece no céu e guia alguns homens a irem até ele para adorá-lo e levá-lo presentes.

Deus sempre  trabalha de forma inusitada e nem sempre é compreensível às razões humanas. Deus enviou o seu Filho Jesus ao mundo,  o Rei dos judeus, que, pela lógica humana,  deveria nascer em um palácio, mas nasceu em um estábulo, por isso, os que o esperavam e estavam perto  não o perceberam.  Assim, Deus ensina que o que vale é a essência das coisas, não a aparência.  Deus fez questão de avisar a pessoas  bem distantes e alheias à comunidade de Israel  sobre o  nascimento de Jesus, através de uma estrela. Os magos eram gentios, não possuíam nenhum conhecimento teológico, mas, certamente, tinham o desejo de conhecer a verdade. Outros, aqueles que estavam perto,  tinham a Lei e os profetas, eram conhecedores das profecias que apontavam para a vinda do Messias, mas  não atentaram para o tempo da visitação de Deus.  Isso nos mostra que conhecimento sem o desejo de ter um coração agradável a Deus não é suficiente. Que Rei é esse! Não era um rei qualquer. Apesar de nascer de forma incomum e sem pompa, Ele era aquele que já existia desde a fundação de mundo, era a própria revelação de Deus, esse Rei era Deus. Tantos buscam títulos, fama, posição e poder, mas Ele, o maior de todos e sobre todos, não há mais ninguém sobre Ele. Ele mesmo É!  Por Ele e para Ele são todas as coisas.

Que Rei é esse! Esse é Jesus, o Cordeiro de Deus, o presente de Deus, o sacrifício vivo, fruto do amor de Deus. O amor que amou o mundo, a todos, sem exceção, para que tivessem vida eterna e pudessem desfrutar de um relacionamento com Deus, relacionamento que foi quebrado no Éden pela dureza do coração do homem. Jesus nasceu para trazer a paz entre Deus e os homens. Jesus é a maior prova do amor de Deus. Jesus morreu por todos, mas nem todos são salvos. O amor de Deus é incondicional, mas o relacionamento é condicional. O relacionamento com Deus exige algumas condições, segundo o padrão do próprio Deus. Deus continua hoje amando o homem, através do seu Filho,  e buscando com ele um relacionamento paternal de amor e confiança. Jesus nasceu para reconciliar o homem com Deus através da sua morte na cruz. Precisamos, não apenas saber sobre esta verdade, mas absorvê-la  em nosso viver para que tenhamos uma vida abundante de alegria e completa, proporcionada por um relacionamento com Deus.