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Glorificando na terra!

O evangelho de João traz uma das mais belas passagens da Bíblia, a oração sacerdotal de Jesus. Em um momento de comunhão com os seus discípulos, na véspera da sua crucificação, Jesus se dirige ao Pai em oração e revela o que está em seu espírito. Com menos de vinte quatro horas para deixar o seu corpo físico, Jesus encontra-se no clímax da sua existência neste mundo e deixa transparecer o que está no seu coração, em relação ao propósito para o qual veio ao mundo. Nem todos cumprem a sua missão de vida, mas Jesus é exemplo de um homem que cumpriu plenamente aquilo para o qual esteve nesta terra, por isso, deve ser o nosso modelo inconfundível.

“Glorifiquei-te na terra”. Com isso, Jesus estava dizendo: Pai, você me enviou ao mundo com uma missão, e cumpri a obra para a qual Tu me enviaste, completei a carreira, tudo está consumado.  Não há nada melhor do que se viver o plano de Deus, do  que saber que se está vivendo a vida que agrada a Deus. Jesus veio com o propósito de salvar os homens de seus pecados e, assim, glorificar a Deus ao fazer a sua vontade. Por amor suportou a cruz, como um Cordeiro mudo apresentou o maior de todos os sacrifícios para resgatar a muitos.

Muitos vacilam sobre qual a  vontade de Deus para a sua vida em particular. Mas a vontade de Deus, de uma forma geral, está bem clara em sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Em nossas limitações humanas, temos um objetivo em tudo que fabricamos, e isso não poderia ser diferente com o Criador do universo. Ele não poderia criar o homem, ou qualquer outra coisa, de forma aleatória e sem propósito. Não caímos neste mundo acidentalmente, mas Deus nos colocou aqui com o propósito nobre que é glorificar o seu nome. “…e os que criei para minha glória. Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor”. Is  43.7,21.  ” Quando fugimos desse propósito não vivemos plenamente, um sentimento de insatisfação sempre nos acompanha, ainda que tenhamos todos os bens que a alma possa desejar. O espírito do homem veio de Deus e não há nada que possa preenchê-lo, a não ser o próprio Deus. Sem a presença perene do Espírito Santo na vida do homem, haverá sempre a falta da verdadeira alegria, e marcas de dores sempre estarão presentes. Fora da vontade de Deus, o homem sempre caminha cambaleante sem direção, semelhante a um navio  à deriva no oceano. Uma vida que não se submete e ignora o maior de todos os  propósitos para a sua vida, pode até saber de onde veio, mas não sabe por que está aqui nem para onde vai.

Jesus soube glorificar a Deus com a sua vida. Humildemente, Ele se sujeitou à vontade do Pai e se submeteu a pior de todas as mortes por obediência e amor, para que, por meio do seu trabalho doloroso, pudesse resgatar o mundo dos seus pecados. Se cremos, podemos ter vida hoje mesmo, viver a vida de Deus desde já, a vida eterna, comprada pelo sacrifício de uma vida que entendeu a sua missão.

Quantos neste mundo, em sua teimosia, vagueiam sem rumo  porque rejeitam a verdade e pensam que podem viver segundo os seus próprios desejos pecaminosos e, ainda assim, terminar bem. Se até o final se arrependerem,  enquanto em vida, e reconhecerem a verdade, a misericórdia de Deus é tão ilimitada que os recebe como filhos e lhes dá direito à herança eterna. Isso não é religião, é o padrão para entrar no reino de Deus: crer e se arrepender dos seus pecados porque todos os homens pecaram e o salário do pecado é a morte. Rm 3.23; 6.23.

A escolha mais acertada é descobrir e decidir viver o plano de Deus para a própria vida hoje: observar as Escrituras e procurar viver a ética do Reino, agradando a Deus e se submetendo a sua vontade em todas as coisas. E, no final da caminhada, poder dizer como Jesus: Glorifiquei o teu nome na terra, escolhendo fazer a tua vontade.

O Sangue e o Cordeiro

Feliz Páscoa! É o que mais ouvimos nesta semana. Todos os anos, faz-se referência e comemora-se a Páscoa, ainda que a maioria desconheça a sua origem e significado.  A Páscoa é uma festa de origem  genuinamente judaica e não tem nada a ver com coelhinhos e ovos. A Páscoa deve ser considerada a Festa de maior importância do Cristianismo por sua grande significação.  De uma forma geral, as pessoas estão mais preocupadas em viajar ou descansar,  fazer refeições sem carne vermelha e trocar ovos de chocolates, sem se dar conta do seu grande significado e importância.

Qual o verdadeiro significado da Páscoa? Tudo começou quando Deus escolheu Abraão e lhe fez a promessa de fazer de sua descendência uma grande nação. Deus disse que seus descendentes seriam peregrinos em uma terra que não seria sua e na qual seriam  afligidos por quatrocentos anos, mas sairiam com muitos bens. A profecia foi cumprida, e a descendência de Abraão entrou no Egito, quando José, seu bisneto, era o governador. O povo hebreu foi bem recebido por Faraó, mas, depois, levantou-se outro rei que não conhecera a José e usou de astúcia contra o povo de Israel e fez da opressão uma regra contra o povo de Deus. Deus levantou Moisés para tirar o seu povo do Egito. Ele foi a Faraó, mas o rei do Egito o resistiu e não deixou o povo sair. Deus enviou nove pragas, mas Faraó continuava irredutível. A décima e última praga foi a morte dos primogênitos egípcios, e, assim, o povo saiu do Egito como Deus prometera a Abraão. Setenta pessoas entraram no Egito, Jacó e seus filhos, depois de quatrocentos e trinta anos, seiscentos mil homens deixaram a terra de Faraó, sem computar as mulheres e as crianças.

Deus trouxe a décima praga sobre  os egípcios para quebrar a resistência do rei e libertar o seu povo da servidão. Com essa praga,  todos os primogênitos deveriam ser mortos.  Mas como o povo de Israel seria livre, se estava entre os egípcios? Deus ordenou a seu povo que cada família tomasse um cordeiro, macho e sem defeito, que fosse imolado e seu sangue deveria ser aspergido nas ombreiras e verga da porta de cada casa. À meia noite, o anjo da morte passaria,  ao ver o sangue, não entraria naquela casa e o primogênito que estivesse nela seria poupado da morte. As famílias israelitas creram e obedeceram e, dessa forma, foram poupados de grande dor. Os egípcios não tinham a marca do sangue e a vida dos seus primogênitos foi ceifada. Em cada casa havia um clamor, da casa de Faraó à casa do servo. Com essa tragédia, Faraó liberou a saída do povo de Deus que saiu apressadamente, porque os egípcios exigiram a sua saída imediata. O povo encontrou graça diante deles e saiu com muitas riquezas, já que os egípcios davam tudo  que o povo pedia.

Qual a relação da Páscoa dos judeus com a Páscoa dos cristãos? As festas judaicas foram instituídas por Deus e apontavam para o que viria futuramente. Eram como prenúncio das coisas que estavam determinadas para um tempo mais adiante. Todo o Velho Testamento aponta para Cristo, para o plano de Deus de resgatar a humanidade. A Páscoa tinha um cordeiro que deveria ser imolado, seu sangue aspergido nos umbrais da porta da moradia, deveria ser assado e comido às pressas, com ervas amargas e pães asmos. As ervas amargas significavam todo o terror que viveram como escravos no Egito, os pães asmos,  na pressa em prepará-los, não foram fermentados, também podendo significar a separação do pecado.  Na Bíblia, fermento normalmente simboliza pecado e corrupção.

A Páscoa apontava para a redenção que Deus preparou para resgatar o homem da fúria do inimigo. Páscoa, do hebraico pesah, significa “passar por cima”, “pular além da marca”, “poupar”. Foi isso que literalmente aconteceu, o anjo da morte apenas passava ou pulava as casas marcadas com o sangue. Todo o Velho  Testamento indicava que em tempo propício, preparado por Deus, viria o Messias que haveria de libertar o seu povo. Deus, além das alianças firmadas com Abraão, com o seu povo, através de Moisés e Davi,  firmou outra aliança com o povo de Israel, a Nova aliança. Jr 31.31-33. Na Nova aliança, foi anunciado um novo caminho,  um novo tempo para Israel no qual a lei do Senhor seria impressa nos seus corações e teriam prazer em conhecer e obedecer ao Senhor. Essa promessa era mais uma ratificação da promessa de um Redentor e isso só seria possível com a vinda de Jesus para reconciliar o homem com Deus, com a evidência de um novo coração e uma  nova natureza que recebem todos que creem em Cristo para o amarem e o obedecerem voluntariamente.

Jesus, o Filho de Deus, nascido de Maria, por obra e graça do Espírito Santo, veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Verdade historicamente confirmada, ninguém pode refutá-la. Os religiosos judeus, principalmente, por inveja e apego às tradições, perseguiram Jesus ferrenhamente, culminando com seu sacrifício na cruz.

Interessante são os fatos que giram em torno da sua morte. Em primeiro lugar, Jesus foi morto exatamente no dia que os judeus comemoravam a Páscoa. Depois da primeira Páscoa celebrada no Egito, os judeus continuavam celebrando a Páscoa todos os anos, no mês de Nissan, o primeiro mês do ano judaico. Jesus, todos os anos, ia à Jerusalém celebrar a Páscoa. Na última que Jesus participou, Ele mesmo foi o  Cordeiro, o próprio Filho de Deus. A Bíblia diz que Deus o entregou por amor ao mundo, mas também diz que Ele mesmo se entregou e foi obediente até à morte e morte de cruz, fazendo-se maldito por nós.  O cordeiro teria que ser macho e sem defeito, Jesus recebeu a natureza humana, como identificação com o próprio homem, mas nunca pecou, tornando-se apto para a exigência de Deus, um Cordeiro sem mácula. Seu sangue foi derramado através desse sacrifício para que pudesse nos livrar do anjo da morte eterna. Antigamente, para se entrar na presença de Deus precisava de um sacerdote que intermediasse, através de sangue de animais que era derramado no lugar do pecador. Ainda assim, o sumo sacerdote só poderia entrar na presença de Deus, no Santo dos Santos, uma vez no ano, mas, com a morte de Jesus, um novo caminho foi inaugurado, o véu do Templo que separava o Santo dos Santos se rasgou, de alto a baixo,  uma  Nova Aliança começou a vigorar, temos livre acesso ao Pai, judeus e gentios, por meio do sangue de Jesus.

Apesar de Jesus ter morrido cruelmente na cruz, não podemos nos deter aos pés da cruz lamentando a sua morte. Jesus não está mais na cruz, ela está vazia. A morte de Jesus não foi uma derrota para nós, mas uma vitória sobre as hostes infernais que tentam aprisionar o homem. Jesus também não ficou detido na sepultura, mas ao terceiro dia ressuscitou, e isso é a garantia da nossa vitória! Agora, podemos viver em novidade de vida. “Se morremos com Ele, com Ele também viveremos por um novo e vivo caminho”. Se morremos com Ele, renunciando a nossa vida velha, fazemos parte também da sua ressurreição, nEle temos vida eterna.

Páscoa! Tempo de gratidão, de reflexão, de renovar a aliança com Deus, através de Jesus que entregou a Deus o sacrifício perfeito, e, através dele, temos paz, alegria e a certeza do perdão dos pecados, além do prazer de obedecer a sua Palavra, não por medo ou obrigação, mas por amor. Amor àquele que nos amou primeiro e não teve a sua vida por preciosa e a entregou por todos que, através do Espírito Santo, o tem reconhecido como o Cordeiro de Deus que com o seu sangue comprou povos, nações e línguas para viverem com Ele por toda a eternidade.

Você gostaria de fazer parte do Povo mais feliz da terra, do povo resgatado pelo Cordeiro, do povo que sobre si não pesa mais nenhuma condenação? Se você crer verdadeiramente no seu coração que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que morreu em seu lugar,  confessar essa verdade com a sua boca e decidir a caminhar com Ele, você será salvo. Você fará parte também da sua ressurreição e terá uma nova vida!

A Soberania da Palavra de Deus

As palavras que proferimos não se perdem no espaço. A seu tempo, elas darão os seus devidos frutos, e cada um se deliciará  ou amargará deles na colheita. As palavras  têm poder de condenação ou absolvição, como sementes, frutificarão segundo a sua espécie. Elas têm poder criador, tanto podem construir ou destruir. Se alguém deseja ver dias melhores e coisas boas, com seus lábios não deve falar palavras tenebrosas, pessimistas ou de maldição sobre a situação que está vivenciando ou sobre a vida de outros.   O que alguém disser certamente se materializará em tempo oportuno. Muito mais a Palavra de Deus, é inquestionável a sua Soberania e Poder!

Deus é espírito,  é um ser pessoal, o Criador de todas as coisas!  A revelação desse Deus é expressa através da  criação, porque tudo que contemplamos na natureza denuncia o Poder e a Soberania de um Ser criativo e original. Quem mais poderia fazer algo semelhante as suas Obras? Ele é o  grande “Eu Sou” que se revelou a Moisés de uma forma especial e, hoje, continua  se revelando ao homem através da sua Palavra, a Bíblia Sagrada. A vontade de Deus, o Único Deus verdadeiro e Criador do Universo, está totalmente explícita nesse livro.  Por isso, não há como amar a Deus e não ser apaixonado por sua Palavra.  A Palavra de Deus é como uma flecha com um alvo certeiro, não são palavras lançadas ao vento, sujeitas a se perderem com o tempo, mas cumpre seu propósito, seja ela de bênção ou maldição: “Assim será a Palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”. Is 55.11. “Passará o céu e a terra, mas as minhas  Palavras não passarão”. Mc 13.31. A palavra de um rei terreno não pode ser revogada, imagine a força da Palavra proferida pelo Rei da Glória!

Todo o inferno treme, desde os tempos remotos, diante do poder criador da Palavra de Deus. Lúcifer foi o primeiro a experimentar o efeito da Palavra de Deus em relação a juízo  quando, por desobediência, foi expulso da presença de Deus e arrastou consigo um terço dos anjos. Não é de estranhar todo o seu desespero diante da Verdade e todo o seu empenho em distorcê-la.
A Palavra de Deus confronta a mentira, o erro e o engano do reino das trevas. Por isso, seus súditos fazem tudo para resisti-la, principalmente, semeando distorções nas organizações humanas. Hoje, como nunca,  tem se acentuado a semeadura de inverdades  em todos os segmentos da sociedade, até no meio dos filhos de Deus. A Palavra de Deus é Soberana e não está condicionada ao que os sábios e entendidos acham. Ela é o que é, ela é o que ela diz ser, tem peso próprio, não depende do valor ou reconhecimento que alguém possa lhe dar. Segundo o escritor da carta aos Hebreus, a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos se não atentarmos para a salvação proclamada na Palavra de Deus? Também, o apóstolo Pedro faz alusão aos juízos do mundo antigo, na época de Noé e Ló por desobediência da Palavra de Deus. Como Ele poupará os atrevidos que  ousam transgredir a sua Lei deliberadamente?

A não firmeza na Palavra de Deus constitui um perigo iminente de destruição na vida de uma pessoa, principalmente, dos que se declaram cristãos. Jesus comparou esse homem a alguém que edifica a sua casa na areia, sujeita a ser derrubada pelo vento. Roubar o conhecimento da Palavra de Deus ou distorcê-lo tem sido a maior estratégia de satanás para desvirtuar o homem do propósito para o qual Deus o criou. Mas a maior arma para vencê-lo é a própria Palavra de Deus, ele não pode resistir a verdade e certamente fugirá. Foi assim no deserto quando ele tentou Jesus, foi vencido pela Palavra que saiu da boca de Deus, e continua sendo assim. A Palavra de Deus, na boca dos filhos da luz, detona as hostes do mal e faz um grande estrago no reino das trevas.

Por mais que alguma coisa se mostre atraente e lógica aos olhos humanos, revestida de todos os paradigmas modernos e  adequada aos padrões culturais da sociedade,  se fere os princípios da Palavra de Deus, deve ser relegada a  algo desprezível e sem nenhum valor.  O que Deus tem preparado para os seu povo é inegociável e incomparavelmente superior diante das “riquezas” deste mundo caído. “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. Vale ser fiel até à morte. Então, vamos nos empenhar para sermos instruídos e firmados no que Ele diz, moldados segundo o seu padrão,  vamos buscar o conhecimento de Deus e edificar nossa casa sobre a Rocha inabalável e invencível: a Soberana Palavra de Deus!

O jovem rico e sua religiosidade

O jovem rico que procurou Jesus não era apenas detentor de muitos bens, mas, também, sentia-se satisfeito e rico com a sua condição religiosa. Ele procurou Jesus, não como um necessitado da graça de Deus, mas como que buscando aprovação do que ele era e como conduzia a sua vida.

A Bíblia diz que o jovem, sobre o qual podemos ler no Evangelho de Marcos 10.17-30, correu até Jesus, ajoelhou-se, em um ato de religiosidade explícita, e fez a seguinte pergunta: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Jesus conhece o coração do homem, nem sempre uma atitude certa corresponde a verdadeira atitude do coração. Jesus confrontou-o usando o vocativo com o qual o jovem se dirigiu a Ele. Jesus sabia qual a verdadeira intenção do seu coração e respondeu: Por que me chamas bom? Bom só há um que é Deus. Jesus queria que aquele jovem buscasse uma identificação com Ele. Jesus, o Filho de Deus, não estava se considerando bom, como alguém ousaria fazê-lo? Hoje, encontramos muitos nessa condição, que procuram se justificar diante de Deus e se acham bons o suficiente para serem salvos, por não fumar, não beber, não roubar e ter “uma religião”.

Jesus continuou perguntando ao jovem: Sabes os mandamentos? Claro que eu sei, não apenas sei como os tenho guardado, desde muito jovem! Em seu coração, o jovem se considerava justo e, assim, merecedor de um lugar no céu. Ele imaginava que poderia ser salvo pelo seu próprio esforço, pelas obras da lei. Para ele nada mais importava, ele era rico em todos os aspectos, não sentia falta de nada.

Jesus continuou e, apesar de olhar para Ele com muito amor e compaixão, essa foi fatal para revelar a sua verdadeira identidade, “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. O jovem retirou-se triste, porque tinha muitas propriedades. A riqueza em si mesma não é algo condenável diante de Deus. Ele mesmo abençoou Abraão, Davi, Salomão e tantos outros homens com bens materiais. Mas, por que com esse jovem foi diferente? Jesus teve que tratá-lo no lugar em que ele estava e segundo a disposição do seu coração.   O jovem imaginava que poderia comprar a salvação por sua própria justiça, ele não entendia que a  reconciliação com Deus tinha um preço impagável, que riquezas materiais ou atos de bondade humana nunca seriam suficientes para dar pelo resgate de uma alma humana. Ele, com a  tristeza em renunciar os seus bens, revelou a natureza da sua religião e onde estava  verdadeiramente o seu coração.

Jesus aproveitou esse exemplo para ensinar aos que o seguiam sobre o verdadeiro valor dos bens materiais. Ele não condenava o fato de alguém ser rico ou deixá-lo de ser, seu ministério era sustentado por mulheres ricas, Ele atendia a pobres e ricos, mostrando-lhes o caminho para Deus que é um só, o caminho da renúncia, da negação do eu, de se tomar a própria cruz, de ter tudo como se nada tivesse, não tendo nada por precioso além do próprio Deus. A  riqueza do mundo todo não tem nenhum valor comparado ao valor de uma alma. A  riqueza torna-se uma maldição quando não pode ser renunciada em prol de valores espirituais. A riqueza é prejudicial quando não é subserviente à vontade de Deus e ao exercício da própria fé. A riqueza é nociva quando se torna instrumento de avareza e egoísmo. A riqueza é reprovável quando se torna um ídolo, afastando o homem de Deus.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus”. Muitos tomam essa Palavra como se fossem bem aventurados  os desprovidos de bens materiais porque deles é o reino dos céus. Não é assim, mas refere-se há um clamor interior, por uma necessidade de dependência de Deus, nunca se sentindo satisfeito ou farto da sua presença. Há muitos ricos pobres e muitos pobres ricos. Há ricos que reconhecem que dependem totalmente da graça e misericórdia de Deus para a salvação e existem muitos pobres que se sentem donos de si mesmos, nunca acham que são necessitados  de Deus, mas se firmam em sua pobreza ou falsa humildade e nos seus próprios atos de justiça para a vida eterna.

“Quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no Reino de Deus”. Essa Palavra é bem dura, o seu significado vai muito  além do que  confiar nas riquezas.  Implica no dever de não se ter nada por precioso além dos valores eternos, até a própria vida deve ser considerada sem nenhum valor, diante da preciosidade da  fé e confiança em Deus, diante do que Jesus já conquistou  na cruz. A nossa verdadeira herança  está guardada nas regiões celestiais, onde Cristo já está assentado com Deus. Qualquer coisa que possa se nomear nesta vida, nada é mais precioso do que estar em Cristo e, juntamente com ele, ser herdeiro de Deus !

Sua Bandeira sobre nós é o amor

O Senhor Jesus era judeu, veio para os judeus e usava da cultura judaica para ensiná-los,  por meio de parábolas, figuras, metáforas, para um melhor entendimento de sua mensagem. A ceia do Senhor, o preço pago na cruz, a promessa da sua vinda, a sua ascensão aos céus, tudo tem um fundo comparativo com um noivado judeu, na época de Jesus. Então, no Novo Testamento, a Igreja do Senhor é considerada a noiva de Cristo.

A noiva judia, depois de escolhida, tinha um preço a ser pago pelo seu pretendente ao seu pai. Para isso, era realizada uma cerimônia familiar na qual uma refeição com vinho era servida, e acertadas as cláusulas da aliança a ser firmada, o preço, o pagamento,  as obrigações,  a promessa da volta. Após  o ritual de noivado, o noivo deveria partir para a casa do pai para preparar a câmara nupcial, depois voltaria em um momento inesperado e arrebataria a sua noiva, com a qual tinha uma aliança e já pagara um preço significativo como prova do seu amor.

Figuradamente, a última ceia de Jesus com os seus discípulos corresponde a um ritual ou cerimônia de noivado: os cálices tomados, cada um com sua significação, o  prenúncio da sua morte que seria o preço a ser pago,  a promessa da sua volta. Assim, Jesus depois de cear partiu para o Getsêmani, foi traído por um dos seus discípulos, levado pelos soldados à presença do sumo sacerdote Caifás, escribas e anciãos judeus, onde foi humilhado, cuspido e esbofeteado. Depois, foi conduzido ao governador romano, Pilatos, para ser julgado, sendo acusado injustamente pela multidão e pelos principais da sinagoga judaica. Condenado, apesar de Pilatos não ver nele crime algum, mas para agradar aos seus acusadores, não se posicionou devidamente, e Jesus foi levado à cruz, pagando assim o preço exigido para ter a sua noiva.

O apóstolo Paulo foi bem enfático ao tratar a  Igreja como  a noiva de Cristo, tanto em sua carta aos Efésios 5.22-33 e também aos Coríntios, “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”. E, nesse sentido, os cristãos autênticos, porque nem todos que se declaram  o são, aguardam o retorno do noivo para buscá-los como prometeu e, para isso, pagou um preço incalculável como prova do seu grande amor.

O amor da noiva é alimentado pela esperança da volta do noivo. Cada vez que a Igreja participa da ceia do Senhor, ela lembra do preço que o noivo pagou por ela e renova a esperança do seu retorno, como prometeu. 1 Co 11.25-26

A figura do noivado e casamento judeu é aplicada na relação entre Jesus e sua Igreja, porque é uma relação instituída por Deus na qual o amor, a pureza, a fidelidade devem ser evidenciados, e o noivo requer da sua noiva um proceder de santidade e comunhão com Ele. Sabemos que o casamento hoje tem sido vulgarizado, mas Deus não o estabeleceu para ser assim. Jesus, apesar de ter partido para a casa do Pai, está presente através do penhor ou selo que nos outorgou até que volte: o Consolador, o Espírito Santo da promessa. Assim, o noivo e a noiva podem alimentar uma relação constante de comunhão e intimidade. Todos os dias eles podem desfrutar de um banquete espiritual sob a bandeira do amor.

A verdadeira Igreja, apesar de perseguida, não está só, ela tem a cooperação do Espírito Santo de Deus que intercede por ela com gemidos inexprimíveis. Ela aguarda o dia em que o seu Senhor virá buscá-la e estará para sempre dentro dos portais eternos sob a sua eterna proteção e livre de qualquer ameaça inimiga, porque o mal já terá sido aniquilado. Eles desfrutarão, por toda a eternidade, um relacionamento ardente de amor e comunhão que  jamais esfriará. Esse é o Senhor a quem servimos, o nosso noivo, que por nós pagou um alto preço, preço de sangue, como prova do seu grande amor.

Como as noivas judias eram arrebatadas e levadas a casa do pai do noivo, seremos levados à casa do Pai, no qual participaremos das bodas de casamento e voltaremos com o nosso amado, não mais noivo, mas esposo, para reinar na Terra, que foi dada aos homens como morada, e reinaremos com Ele por mil anos! E, depois disso, por toda a eternidade no Novo Céu e na Nova Terra. Por isso, somos o povo mais feliz da Terra! Se escolhemos a sabedoria, valorizamos o privilégio do que somos em Cristo e não o trocamos por migalhas que tentam nos desviar do Caminho.
“Leva-me à sala do banquete e sua bandeira sobre nós é o amor”.

É possível servir a dois senhores?

Sabemos que as trevas têm assolado o mundo e penetrado no coração dos homens. Há uma batalha infindável, entre o reino das trevas e o reino da luz, disputando a vida de cada ser humano deste planeta. O objetivo é único: arregimentar vidas para a eternidade, para a morte ou para a vida, para condenação ou salvação
Há aqueles que deliberadamente servem ao príncipe das trevas, e outros que se posicionam determinantemente sob o domínio do Rei da Glória. Esses são reféns de suas escolhas e estão sob o senhorio do senhor que escolheram para servir. Infelizmente, há os que que têm o coração dividido, ora servem a Deus ora a satanás, estão em cima do muro, dizem pertencer a Deus, mas não abrem mão das coisas disponíveis e reprováveis das trevas.

As sutilezas do mundo espiritual são mais sérias do que se pensa. Nada sai barato quando alguém diz que quer Deus, e até se posiciona no seu reino, mas, de vez em quando, dá uma saidinha para passear no outro reino. O seu senhor costuma fazer prisioneiros de todos que passam por lá, pelo reino das trevas.  Se temos clareza sobre Deus e o significado do seu Reino, precisamos aprender a renunciar tudo o que está fora dele, a aprender a negar o próprio eu, a tomar a própria cruz e não ter nem a própria vida por preciosa. Precisamos aceitar incondicionalmente os valores do Reino de Deus que estão em sua Palavra, sem qualquer dúvida ou contestação. Tudo tem seu preço, servir a satanás tem um preço, servir a Deus também tem seu preço, mas as nossas escolhas revelam o nosso nível de sabedoria, o que verdadeiramente somos e, o mais importante, determinarão o lugar que estaremos no futuro.

O caminho da luz é estreito, espinhoso, não é nada atraente, mas ele conduz aos mistérios de Deus e a uma vida eterna plena da sua presença e de toda glória que se possa imaginar. Tem um final sem qualquer vestígio de dor, tristeza ou sofrimento, mas de gozo em sua total plenitude.
O caminho das trevas pode ser atrativo, de desejos satisfeitos de imediato, de prazeres carnais ilusórios, de fama, de poder, de fascinação, mas o final dele é morte, dor, tristeza e desespero.

O caminho largo é repleto de sutilezas e iscas para atrair e enganar os desavisados e, até mesmo, os andantes do caminho da luz, e muitos são atraídos e tragados pelo seus jogos e brinquedos. Ilusoriamente, muitos imaginam poder usufruir dos dois reinos ao mesmo tempo ou poder estar sob o domínio dos dois senhores. Deseja-se o final do caminho estreito, mas não se despensa os prazeres momentâneos do caminho largo. Jesus disse que não se pode servir a dois senhores, não se pode amar a Deus e ao diabo, não tem como fazer a vontade de Deus e do príncipe das trevas ao mesmo tempo. Se alguém ama a um, é obrigado a odiar o outro. Se servir a um, obviamente, não serve ao outro. Não se pode continuar no caminho largo e fugir do seu final que é a ira vindoura.
Hoje, a oportunidade está, mais uma vez, lançada diante de todos: Escolha a quem servir. Se você acha que Deus é Deus, deve servi-lo sem reservas  e somente a Ele! Se alguém quer servir ao príncipe das trevas, é livre para fazê-lo. Eu escolho o Reino da Luz, escolho Deus, eu e a minha casa!

O frasco de alabastro

Certa vez, Jesus, em um jantar com seus amigos e discípulos, surpreendeu-se com uma situação inusitada: uma das mulheres, Maria, que fazia parte do grupo, foi em sua direção e, sem que ele esperasse, derramou o conteúdo de um frasco de alabastro, um perfume caríssimo, sobre a sua cabeça que escorreu por seu corpo, alcançando os seus pés, os quais ela enxugava com os seus cabelos.

Qual a reação de Jesus diante desse quadro? Muitos, ao lerem essa passagem, estranham o comportamento de Jesus em não ter repreendido a essa mulher e aceitar passivamente a sua atitude. Esse também foi o pensamento de alguns dos discípulos, e um deles não se conteve e expressou publicamente o que estava no seu íntimo: Por que tanto desperdício? Um perfume de um valor tão alto, não seria melhor vendê-lo e dar aos pobres? Quanta economia e cuidado com o bem alheio! Quanta generosidade para com o pobres! Será que ele realmente tinha esses sentimentos? Parece louvável, mas não era autêntico. A Bíblia diz que Judas era ladrão,  o que ele gostaria mesmo era que aquele valor estivesse sob a sua guarda, já que era responsável pelas finanças, “ele tinha a bolsa”. É comum isso se repetir nos dias atuais.  Não faltam os preocupados com os dízimos e ofertas entregues pelos fiéis na Casa do Senhor, não porque desejam uma boa aplicação dos recursos entregues, mas por lamentarem em não ter acesso a eles para fins escusos.

Diante do cenário de corações tão mesquinhos e irreverentes, Jesus revelou  publicamente o significado da atitude gloriosa daquela mulher. Ele a aprovou sem reservas dizendo que aquela ação, pura e desprendida, seria uma unção preparativa para o seu sepultamento.
Jesus espera de nós que derramemos sobre Ele todo o nosso perfume, todo o nosso ser, envolvendo tudo que temos e somos. O Apóstolo Paulo escreveu que somos o bom perfume de Cristo. Semelhantemente, ao frasco de alabastro que foi  usado para o Mestre, em toda a sua totalidade, devemos ser derramados com inteireza de coração, em atitude de adoração ao nosso Deus e Senhor, não apenas em momentos específicos e emotivos, mas em todo o tempo.

O frasco de alabastro significa uma vida sem reservas, no espírito, na alma e no corpo, totalmente entregue, como um sacrifício vivo e aceitável diante de Deus. Tudo o que há em nós deve ser canalizado para a glória de Deus. Isso se constitui em uma verdadeira adoração!

Condenados pela Palavra!

As palavras que proferimos abençoam ou amaldiçoam, nos condenam ou nos absolvem. Elas têm  poder criativo ou destrutivo. As palavras são levadas pelo vento, mas não se perdem, por isso, somos reféns de todas as palavras que saem da nossa boca.
Jesus, em um dos seus últimos discursos, disse aos judeus que não criam nele que a sua Palavra  seria instrumento de condenação  no último dia. Jo 12:48. Jesus pregava a verdade que ouvia de seu Pai, e era a revelação da sua própria vontade. Através da sua Palavra, o homem não tinha mais  desculpas para a transgressão da lei divina.

A lei de uma nação é um conjunto de normas ou princípios que devem ser observados e cumpridos, e ninguém ao transgredir a lei pode se justificar com a alegação de desconhecê-la. Nenhum juiz tem o direito de condenar alguém que está dentro da lei, e apenas pela lei uma pessoa é julgada e condenada. As leis dos homens podem, com o tempo, ser modificadas e até caducar, mas a Palavra de Deus é imutável, irrevogável e absoluta. O justo juiz no juízo final julgará os transgressores, segundo a sua própria Lei, sem parcialidades, dentro do que Ele estabeleceu segundo a sua vontade. Ele é justo, seus mandamentos são justos e com justiça julgará.

O sábio escolhe o caminho da vida, busca conhecer a constituição que rege o território no qual  está inserido, para evitar transgredi-la e se achar culpado. Assim, o reino espiritual é regido por princípios, estabelecidos pelo próprio Criador, deve-se ser diligente em conhecê-la. Os editos dos reis terrenos sempre tinham um grande peso e não podiam ser violados, da mesma forma,  a  Palavra de Deus têm  seus princípios e normas e ao transgredi-la o homem morrerá. Deus atenta para os passos do homem,  vê o seu proceder e conhece as intenções do coração. “Antes que a palavra chegue a sua boca, Ele já a conhece”. A Palavra de Deus é Soberana e está acima de qualquer  código legal que possa existir, é a lei máxima. Um rei não admite que a sua palavra seja violada, imaginem o Rei da Glória!

Cada um tem o direito de decidir obedecer ou refutar essa Palavra, colocá-la em lugar de honra em sua vida ou relegá-la a uma coisa sem valor, certamente colherá o fruto da sua escolha. A Palavra de Deus  é o que é, independente dos  valores pessoais ou qualquer sistema mundano, ela tem a sua própria essência que transcende o tempo ou padrões humanos.  Se a abrigarmos para a obediência, somos justificados por ela, se rejeitá-la continuaremos culpados. Jesus é a própria Palavra de Deus, Ele é a nossa justificação. A verdade é que essa Palavra será instrumento de condenação no julgamento final, para todo aquele que a rejeitar, não mais para absolvê-lo.  Esse é o maior erro que o homem pode cometer. “Errais em não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus”.  Todo que comparecer diante do Trono Branco será pela razão única de ter rejeitado a Palavra de Deus e sem negociações receberá o veredito: Morte eterna.

Ganhando o mundo e perdendo a alma!

Vivemos em um mundo de valores distorcidos, no qual vale o que tem mais ou o que dá mais. As pessoas são medidas pelo que têm e não pelo que são. Todos somos vítimas desse sistema e assédio mundanos.
Até o Filho de Deus teve que suportar a oferta de satanás para desviá-lo da sua missão de salvador do mundo.

Todos os dias, as pessoas são bombardeadas neste mundo hostil por ofertas suntuosas e difíceis de serem rejeitadas – são caminhos fáceis, ganhos e prazeres, tudo de forma imediata e sem nenhum esforço ou obstáculos. É a tal “liberdade” dos que se dizem donos do próprio nariz, dos que desconhecem a lei ou os princípios morais e andam totalmente avessos aos valores da Palavra de Deus. São aqueles que não creem que no final do caminho, um juiz os aguardará para dar a cada um segundo as suas obras.

Qual o homem que, em sua sã consciência, trilharia um caminho fácil sabendo que no fim dele a morte o estaria esperando?  Será que ele não preferiria um caminho difícil, mas com a certeza que terminaria com um paraíso eterno? Mas, influenciados por seu senhor, os filhos das trevas têm questionado os filhos da luz sobre o fato de escolherem caminhos espinhosos para trilhar e não cansam de lhes apresentar os atrativos e as facilidades do caminho largo, em suas mais variadas formas, nos quais podem andar despreocupadamente, sem regras ou limites que porventura possam frustrá-los. Só que a escolha não deve ser baseada nas ilusões ou efeitos mágicos e imediatistas da vida, mas  no seu destino final. A pergunta que deve ser feita é para onde estou indo? Não importam os desafios da caminhada, mas aonde quero chegar? O caminho da vida é uma escolha da sabedoria, infelizmente a sabedoria não pertence a todos.

Para os insensatos, os que preferem viver despreocupadamente, nunca medem as consequências dos seus atos. Para eles, o ganho do momento é o que importa, Muitos, conscientemente, compactuam com as trevas em prol de migalhas de prazer passageiro. Os sábio escolhe a vida, não importa quão  desafiador e acidentado seja o caminho, ele busca coisas maiores e de incomparável valor. “Para o sábio, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está embaixo”. Não é surpreendente que a maioria tenha escolhido a morte. As coisas de maior valor sempre são mais difíceis  de serem conquistadas. O caminho da vida é uma rota que sempre exigirá  renúncia e negação do eu, é perder para ganhar. o sábio deslumbra  o final, o tesouro que o aguarda no fim. Para o sábio  o que verdadeiramente importa é como as coisas terminarão não como começam.

Reflitamos: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”?

 

Vítimas da injustiça!

Todos, pelo menos uma vez na vida, já sofreram injustiças. O ano acaba de começar, mas podemos prever que milhares terão suas vidas carregadas ou, até mesmo, ceifadas pelo fruto da injustiça. Ao romper do Ano novo, na cidade de Campinas, São Paulo, uma família inteira foi dizimada por um doente emocional que se sentia injustiçado e preferiu alimentar as suas amarguras, chegando a sua máxima consequência, assassinatos e suicídio.  Por que coisas tão ruins acontecem todos os dias? De quem é a culpa? Há aqueles que sempre culpam Deus pelas desgraças do mundo.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, para a prática da justiça. Se não fosse a queda do homem, não existiria nenhuma obra injusta na face da Terra. Não haveria qualquer dor ou sofrimento nem contendas, e tudo fluiria na mais perfeita paz e harmonia nas famílias e relacionamentos. Quando o homem abriu uma brecha para a desobediência a Deus, um portão gigante foi aberto para todo o tipo de mazelas adentrarem em seu coração, com isso, deu-se origem a toda sorte de injustiças praticadas pelo próprio homem. Assim, é inevitável que soframos injustiças, mas cabe a cada um decidir o que fazer com elas. Esse homem, autor da chacina à qual nos referimos, sentia-se injustiçado, desconhecemos os detalhes do seu sofrimento emocional, mas ele alimentou o ódio em vez do amor, a vingança em lugar do perdão. Exteriormente, as coisas podem ser simples para serem explicadas, mas complexas, quando se levam em conta o coração e as maquinações interiores vivenciadas individualmente. Pelas reportagens, ele era um homem normal, de bom comportamento e educação. Mas o coração do homem é um campo desconhecido. Jesus disse para os seus discípulos que as  más ações do homem procedem do seu interior. Por essa razão , Deus é o único que pode julgar o homem, porque, enquanto atentamos para a aparência, Ele conhece o  coração em seu mais oculto intento.

A conta imputada à desobediência dos princípios divinos, revelados em sua Palavra, é altíssima! O homem precisa entender que a falta de perdão e a não dependência de Deus, para reverter qualquer situação de crise nos relacionamentos é uma insensatez. A sede pela vingança é o caminho dos tolos e sempre deixa seu rastro de destruição. Quando a amargura é alimentada, ela contamina o interior da pessoa e pode extravasar, a ponto de fazer muitas vítimas, como no caso citado, ele mesmo mais doze pessoas, e a maioria nada tinha a ver com a questão.

Sábio é aquele que aprende com os erros dos outros e tira lições para a sua própria vida. Vale a pena odiar e não perdoar? Vale a pena pôr em prática a vingança e não depender da justiça divina? Vale a pena perder o equilíbrio emocional pelas injustiças sofridas? Vale a pena perder a alma e acordar no inferno por qualquer intemperança, grande ou pequena? Não, não vale. O bem mais precioso do homem é fazer a vontade de Deus, é  guardar a sua Palavra, ainda que com lágrimas, em algumas situações. É não perder a sua fé e confiança em Deus.  Isso sim, é escolher a melhor parte, é semear a justiça e aguardar com paciência a sua grande e incomparável recompensa!