Quando as máscaras caem

Neste tempo de pandemia, o mundo foi tomado por pessoas mascaradas. São máscaras de todo o tipo e para todos os gostos que encobrem a metade do rosto,  sem que a pessoa possa ser conhecida por outro,  quando ainda não é conhecida sem máscara.  Mas não é dessas máscaras que queremos falar aqui.  Existem muitas máscaras invisíveis que  as pessoas usam para disfarçar o que elas são verdadeiramente.  Para muitos, a vida é apenas um teatro, vivem eternamente em um palco e, como bons atores, precisam sempre representar.

Todos usam algum tipo de máscaras ou já usaram alguma vez na vida. São máscaras usadas na Igreja, na política, no trabalho, em todo o lugar.  Nem sempre,  o comportamento ou a  aparência  está alinhada com o  coração. Não quer dizer que a pessoa não seja sincera, mas porque até o coração é enganoso. Às vezes, alguém que aparentava alegria ou felicidade comete suicídio, o seu coração estava dilacerado, mas se escondia  por trás de uma máscara, talvez de orgulho, para não mostrar a sua fragilidade .As máscaras enganam.  Até o profeta Samuel se enganou com o  primogênito de Jessé quando foi comissionado por Deus para ungir um dos seus filhos. Eliabe tinha uma boa aparência. Samuel pensou: Certamente, será este. Mas Deus respondeu que Ele não via como  homem que vê apenas o exterior, mas Ele via o coração. Davi não foi convidado para a refeição com o profeta, na qual todos os filhos de Jessé deveriam estar presente. Pela aparência e idade, seu  próprio pai pensava que Davi jamais poderia ser escolhido como  rei de Israel. Sete filhos dos filhos de Jessé passaram diante de Josué, mas todos foram rejeitados por Deus. Você só tem esses filhos, Jessé? Perguntou Samuel. Assim, Davi que cuidava das ovelhas foi chamado, ele era o escolhido de Deus para surpresa de todos.  O homem nunca poderá conhecer uma pessoa em sua essência porque ele vê apenas o que está diante dos olhos e é incapaz de ver o interior.  No coração é que está o que uma pessoa é em sua verdade. Por isso, o homem é incapaz de julgar adequadamente  o outro, sem conhecimento de fatos ou de motivações. Judas é  um grande exemplo de que viveu todo o tempo com Jesus e os discípulos com uma máscara. Jesus nunca foi enganado por Judas, mas, ainda que o conhecendo muito bem, Jesus dispensou a ele  toda atenção e amor que tinha com os outros. Jesus lavou os pés do traidor. Apesar de toda a bondade de Jesus, Judas recusou-se a se arrepender e a retirar a máscara e,  por isso, teve um fim trágico. Os que persistem com suas máscaras de traição nunca terão um final feliz porque no coração endurecido não há lugar para o arrependimento.

Ainda que se viva  por trás de máscaras, Deus nunca será enganado, ele vê a realidade de cada um. Nos Salmos, 139, Deus revela a sua onisciência, não há limites no seu conhecimento. Desde a concepção, Ele vê  as suas criaturas em todas as etapas de sua formação ainda no ventre materno.  Por que não dizer que Deus já  conhece a cada um antes mesmo de ser gerado,  já que Ele é eterno?  A Bíblia diz que chegará o dia que Deus  dia julgará a todos, grandes e pequenos, que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida. Naquele dia, todas as obras e intenções do coração dos homens serão conhecidas. “Nada há encoberto que não venha a ser revelado”. O justo juiz dará a sentença final a cada um que se escondeu por trás de máscaras, que aos olhos dos homens poderiam até ser considerados justos, mas diante de Deus eram reprováveis.

Temos duas opções: Retirar hoje a nossa máscara diante de Deus, confessando-lhe com arrependimento tudo que  está escondido no coração ou esperar que ela mesma caia no juízo final e se receba a condenação eterna.

Deus não retira máscaras de ninguém, a não ser para juízo. Não esperemos que as máscaras caiam por si só!

 

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